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“Nós achamos a nossa filha”, diz casal que adotou bebê com síndrome de down

Paola de Castro Cunha era adolescente quando sonhava com uma filha com síndrome de down e bailarina. O que ela não sabia é que o sonho era um aviso de quem viria no futuro: a Agnes. Já adulta e casada com o administrador Adalberto Oliveira, de 33 anos, a engenheira de 32 anos mostrava ao esposo que tinha vontade de adotar.

Adalberto tinha o mesmo sonho de Paola, mas ficou assustado quando ela contou que queria uma filha com síndrome de down. “Eu tomei um susto. Fiquei até resistente por um tempo”, disse o esposo em um vídeo divulgado nas redes sociais da companheira.

Entretanto, com o tempo, Adalberto deixou a resistência de lado e afirmou que estava pronto para ser pai. “Vamos buscar a nossa bailarina”, disse à esposa.

A luta do casal que mora em Goiás foi grande: eles fizeram um cadastro para adoção e especificaram que queriam uma menina com síndrome de down.

As primeiras tentativas foram frustradas já que ambos souberam que em Goiás não existia uma criança com aquele perfil. “Foi quando fizemos uma busca ativa e decidimos procurar nossa criança por contra própria em outros estados”, disse Paola.

Para ajudar, os amigos criaram uma campanha na internet divulgando o perfil de criança que o casal queria adotar. “Aí um dia meu esposo atendeu o telefone e disse que tinham achado a nossa filha”, contou Paola.

O casal não pensou duas vezes e dirigiu por 12h para chegar até o interior de São Paulo e conhecer Agnes, de apenas dois meses.

A química entre os três bateu no instante em que se conheceram. “Eu não tive dúvidas que ela era nossa filha. Todos nós chorávamos”, reforçou Paola.

No hospital, o casal ouviu que eles poderiam pensar melhor se queriam ficar com ela. “Ela tinha uma condição de saúde também. Estava com um problema de cardiopatia, mas não tínhamos nem o que pensar. Nós achamos a nossa filha. Nos tornamos pais assim que a vimos”, afirmou a engenheira.

Por causa da cardiopatia, Agnes precisou fazer uma cirurgia e está internada. Sem a presença da bebê em casa, Adalberto disse que o clima mudou.

“Falta algo. Estamos chorosos, e não conseguimos viver mais sem a Agnes. Ela tem o cromossomo do amor”, enfatizou.

A gestação de Agnes foi diferente das outras. Ela começou no coração. “Ela não só tem o nosso amor, mas de toda família”, finalizou Paola.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.