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Padrão de beleza para quem? Morte de influencer faz repensar sobre “perfeição”

Foto: Instagram/Reprodução

Na semana passada fui à praia e fiquei incomodada com o meu corpo. Por isso, escolhi um biquíni de cintura alta que escondia o peso que ganhei durante a pandemia. E não estava apenas acima do peso, mas também estava muito inchada por causa da menstruação.

Nunca fui de me prender a padrões, mas me vi insegura porque não estou na melhor forma. E foi aí que me analisei e pensei: qual a melhor forma? Meu namorado insiste em dizer que estou linda, minhas amigas também, mas existe uma cobrança interna de que não estou do jeito que queria.

Só que qual o jeito que eu queria estar? Encontrei uma foto minha em 2017 e pensei: ‘Nossa, eu estava muito magra!’. Ou seja, hoje em dia vendo uma foto de 2017, eu reclamei que estava magra demais. E hoje, em 2021, estou reclamando porque estou acima do meu peso. A verdade é: nunca estamos satisfeitas.

O caso da influencer Liliane Amorim que morreu após realizar uma cirurgia de lipoaspiração me deixou impressionada. Liliane era linda, jovem e sorridente. Não a conhecia, mas olhando todas as fotos dela no Instagram percebi que ela tinha um corpo que “cabia nos padrões”.

“Como assim ela fez uma lipo?”, pensei. Não estou julgando, mas entendem o que quero dizer? Para mim, ela não precisava, mas o que a levou querer fazer essa cirurgia? A perfeição? Infelizmente, a morte dela nos deixa uma lição.

Não existe padrão de beleza, mas é impressionante a quantidade de ataques que nós, mulheres, sofremos. Seja porque estamos “gordas demais ou magras demais”. E nós nos cobramos o tempo inteiro. Precisamos ser perfeitas, esconder nossas celulites e estrias. Mas como assim? Isso não é um defeito. Faz parte de quem somos.

Deixo essa reflexão hoje: Que a gente possa se aceitar mais, se amar mais e entender que sim, nosso corpo vai mudar conforme a idade vai chegando. E está tudo bem. Somos perfeitas do jeito que somos. E o mais importante: não existe padrão de beleza que valha a nossa vida.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.