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Dona de buffet recria negócio e entra no universo de delivery para se manter na pandemia

O nome dela marcou as festas mais tradicionais de Alagoas. Histórias de vida, de amor, amizade, união guardam num cantinho da casa e do coração o nome de Izabel Pinheiro, que há 25 anos, completados no último dia 19, decidiu investir na concretização de um sonho que se tornou marca registrada no Estado e ganhou “o mundo”, o buffet que leva o mesmo nome dela.


Daí para frente, são mais de duas décadas dedicadas integralmente ao negócio. Porém, com a chegada do novo coronavírus, que atingiu em cheio quem trabalha com festas e eventos, veio o susto. E agora? Como sobreviver à avalanche trazida pelo desconhecido vírus que levou estados a decretarem calamidade pública e isolamento social?


O Eufemea conversou com Izabel Pinheiro e traz o relato de quem em meio a tantas incertezas buscou se reinventar para seguir o trabalho e a vida.


“Foi desesperador, você como empresário não sabe o que é que vai ser da sua empresa, de você. Você fica totalmente perdida”, conta Izabel sobre o que aconteceu quando surgiu a pandemia e o primeiro decreto governamental de isolamento social.


Ela lembra que foi o coach (profissional que ajuda a alcançar objetivos) que trouxe a luz do fundo do túnel de volta. “Eu tenho um coach que me dá muita orientação e foi muito engraçado porque fizemos uma reunião e ele disse: espera aí, uma pessoa que venceu como você venceu, está esperando o que para vencer mais uma vez? Ele foi muito legal, foi perfeito nessa situação. E eu fui à luta. Fui começar a botar a cabeça para funcionar para ver o que seria melhor para o buffet”.


Izabel conta ainda que no começo da pandemia, na primeira semana de confinamento, uma funcionária dela que mora nas proximidades de Rio Largo ligou e disse: “Dona Izabel, os motoristas estão vindo buscar as funcionárias aqui e tá tendo festa na casa dessas patroas”.


A resposta foi imediata, lembra a empresária. “Eu disse a ela: mas eu tenho responsabilidade com a questão de ser formadora de opinião. Eu não posso incentivar as pessoas a fazerem festa nas casas, oferecendo produto. E uma semana depois, com essa conversa que eu tive com o meu coach, percebi que não era nada disso, que tinha que me reinventar, como eu tinha conseguido várias vezes, não só a primeira vez. Foram várias”, ela lembra.


Depois do impacto, a ação


Estava dada a largada para o que viria a ser uma nova forma de trabalhar com buffet. “Começamos a criar. Primeiro com três combos, depois foi pouco e fomos aumentando. O que foi que nós fizemos? Tiramos as coisas que as pessoas amam do buffet, que qualquer pessoa tenha facilidade por questão de preço, porque não é caro, e por questão de quantidades. A comida do buffet você pode comprar. Então nos ajudou e facilitou muito”, diz Izabel.


O entendimento dela é o de que, mesmo com “a empresa parada, por quantos meses ninguém sabe que vamos ficar, mas você começa a se sentir útil. Foi o que eu senti. É uma coisa assim: eu sou gente, eu to aqui, eu tô viva, a minha empresa está em evidência, sabe? Nós pensamos nas sacolas, com a nossa logo (logomarca) do buffet,” lembra.


O primeiro evento no estilo delivery foi na Semana Santa. “Foi grandioso, porque foi a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa. As lojas quase todas fechadas. Foi rápido e sofrido, porque não tinha onde comprar o material. Mas Deus é muito justo com a gente. Ele vai abrindo os caminhos, é impressionante! Terminamos conseguindo comprar as bolsas sem logomarca, depois começamos a colocar”.


Izabel diz que a intenção maior é que o buffet fique vivo na memória das pessoas. “Dizer que dá lucro, não dá, porque o custo fixo é alto, mas ajuda a pagar e também está em evidência. As pessoas estão vendo eu e a Adriana (filha e sócia da empresária), o nome do buffet. Os combos que nós montamos são tão legais que as pessoas dão presente às outras dos nossos combos”, ela diz.


Quanto aos funcionários, ela informa: “Eu coloquei 70% para o governo pagar e fiquei com o restante para mim. Ficamos eu e a minha filha, porque nós fazemos as comidas, montamos, entregamos, a maioria das vezes, porque é muito prazeroso a gente sair, ir entregar. Hoje temos 16 funcionários, mas acredito em Deus que não vai ser preciso mandar ninguém embora”.


No pós-pandemia, delivery continuará


E para o pós-pandemia, o que Izabel Pinheiro planeja? “Rezar, rezar e rezar, porque eu acho que a solução é essa, porque infelizmente é notório que não vai começar a haver eventos agora. As pessoas vão ficar loucas para se verem. Acredito que assim que puder ter festas, as pessoas vão querer fazer a festa, mas o problema é a alimentação da pessoa. Então, é rezar, ter consciência e continuar fazendo o marketing. Uma coisa que nós não fazíamos, o delivery, continuar até sempre agora”, afirma.


Ela diz que nunca perdeu a fé. “Sempre tirei proveito de todas as oportunidades que tive. É incrível como eu consigo tirar proveito das minhas oportunidades e tudo que me vem eu tiro proveito, eu vou pro lado só positivo da coisa, e nós vamos ficar vendendo delivery agora e para sempre”.


Aos que enfrentam situação igual, Izabel Pinheiro pede que persistam. “Não desista, tem que botar o peito para frente e enfrentar a condição. Não é fácil para ninguém, para nenhuma empresa. Todo mundo está sofrendo, está em condição difícil. Não desista, não baixe a cabeça. No lugar de reclamar, reza e pede a Deus luz, que ilumine o caminho, que vocês vão conseguir. Sejam fortes, e que Deus nos abençoe e tenha piedade de todos nós”.

Niviane Rodrigues

Niviane Rodrigues

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