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As rainhas do xadrez: jovens contam como se destacaram no esporte em Alagoas

Desde a Idade Média até o século XVIII, o xadrez era o passatempo favorito de mulheres e homens. O jogo requer concentração, estratégia e inteligência. Apesar de ser conhecido como um jogo “masculino”, as mulheres estão ganhando mais espaço e mostrando que são verdadeiras rainhas do xadrez.

O Eufemea conversou com duas jovens que jogam xadrez e que ganharam campeonatos em Alagoas.

Giselle Kelly de Araújo, 19 anos, começou a jogar em 2013 por causa de um projeto que tinha no colégio que ela estudava, situado no município de Coruripe, em Alagoas.

Na época, segundo ela, não havia nenhuma menina jogando. “Até que meu professor de educação física me chamou, perguntou se eu tinha interesse e eu comecei a aprender”.

Foi por causa desse projeto que ela conheceu o xadrez. “Aprendi jogando e não deixei mais desde então”, contou.

Por causa da paixão pelo xadrez, Giselle já ganhou alguns torneios importantes e se destacou. Ao Eufemea, ela citou alguns. “Em 2016 fui campeã jeal; em 2017 e 2018 fui campeã alagoana absoluta; em 2019, campeã feminina dos jogos de rápido e blitz”.

Com a pandemia, a rotina dela foi modificada e agora ela treina em casa, jogando online. “Eu costumava treinar na federação de Alagoas, no estádio Rei Pelé com meu professor Gilberto, mas com a pandemia, eu treino em casa agora, jogando online, com livros e tabuleiros”.

Ela também vê alguns vídeos de aulas no Youtube e o professor joga online com ela. O desejo dela daqui pra frente é se tornar campeã geral, ser mestre.

Sobre o xadrez ainda ser considerado um jogo masculino, ela diz que por conta da história, o xadrez teve essa fama, mas que enxerga um crescimento das mulheres no meio.

“Quando comecei não tinha muita mulher. Já fui muitas vezes a única mulher em um torneio, mas hoje em dia tem bastante e a tendência é crescer”, finalizou.

Destaque no xadrez

A estudante Luyse Acioli, de 14 anos, descobriu a paixão pelo esporte muito nova, ainda com nove anos. “Fui gostando muito do esporte e comecei a ganhar alguns títulos alagoanos”.

Vendo o sucesso de Luyse, o professor e técnico dela, Stanley Lessa a convidou para que ela competisse fora do Estado em campeonatos nordestinos. “Na primeira vez fiquei em 3º lugar, na segunda em 1º e na última vez que foi ano passado em 2º lugar”, disse.

Esse ano por causa da pandemia, Luyse está participando de torneios online, mas garantiu que já ganhou diversos títulos por essa plataforma.

Sobre ser mulher em um esporte repleto de homens, Luyse disse que acha “incrível o empoderamento feminino em relação ao xadrez”, e que “cada vez mais vê meninas e mulheres entrando no esporte”.

“O Estado nos recebe muito bem tratando de igual pra igual, realizando campeonatos femininos”, explicou.

Ela também disse que já ganhou três campeonatos alagoanos e um Nordeste. “Alguns circuitos por categoria e o alagoano feminino absoluto”, disse.

Porém, ela não pensa em parar por aqui. “Quero chegar a níveis mundiais, conhecer jogadores fortíssimos, campeões mundiais e quem sabe, um dia, me tornar uma”, completou.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.