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Ela perdeu o pai, transformou a dor em canção, sofreu bullying, mas deu a volta por cima; conheça a história da cantora Dayse Amâncio

Ela perdeu o pai ainda quando criança. A dor virou canção. Já na fase da adolescência, sofreu bullying, mas venceu. Para manter as contas da casa em dia, ajudou a mãe vendendo lanche. Hoje em dia, Dayse Amâncio, de 26 anos, é cantora, compositora e alagoana. O Eufemea traz a história de Dayse que tem a voz marcada pelo empoderamento feminino.

A música entrou na vida de Dayse como forma de refúgio após a perda do pai. “Eu perdi meu pai aos cinco anos e aos seis eu acabei descobrindo que conseguia transformar a dor e outros sentimentos em canção”, contou.

Foi aí que tudo aconteceu. A primeira apresentação de Dayse aconteceu quando ela tinha apenas sete anos, em um evento chamado ‘A praça é nossa’ na cidade de Paulo Jacinto, onde Dayse mora.

“Era um concurso de música. Eu cantei a música ‘A Lenda’ de Sandy e Junior e ganhei em primeiro lugar”, disse.

Ela continuou investindo na música, mas conforme foi crescendo, ela precisou parar no meio do caminho por causa da maternidade, trabalho, e faculdade.

“Só que a música nunca saiu de mim, eu sempre continuei compondo,  cantando. Transformando histórias em músicas”, explicou.

Porém, por ser apaixonada pela música, Dayse resolveu voltar a sonhar. “Tenho 26 anos hoje,  e embora eu trabalhe com algo totalmente distinto, cantando e compondo é o que de fato me faz ser realizada”, justificou.

“A música me escolheu”

Segundo ela, a música a escolheu. “E não dá pra fugir do que o destino traçou pra gente”.

Como Dayse escreve, alguns artistas já cantaram as composições dela. Entre eles, o cantor Mano Walter. Além dele, cantores como Glauber e Glauco, Thuca Martins e Edson Lima e Wally Badalado também já gravaram.

Do Bullying ou empoderamento

Mas para que Dayse se tornasse uma mulher empoderada como é hoje em dia, ela passou por algumas situações delicadas. 

“Eu sofri muito bullying quando toda minha vida do fundamental ao superior, apanhei, cortaram meu cabelo. Foram inúmeras situações, mas não por ser mulher de fato. Mas por ser diferente”, explicou.

Questionada sobre o que era ser diferente, Dayse disse que sofreu bullying por usar óculos e ser mais gordinha. 

“Eu sempre tive um jeito mais maduro mesmo nova e era diferente das outras crianças,  consequentemente o diferente assusta, e as crianças de hoje precisam aprender desde cedo a lidar com isso para que muitas não passem que eu tive que enfrentar”, comentou.

Mas Dayse só aprendeu com o passar do tempo que o problema não estava nela. “Estava no outro e não em mim. Somos quem somos”, disse.

E relembra o quanto ela já conquistou todo esse tempo: saiu do interior, fez a faculdade de Direito que ela sempre sonhou, tem um filho e coordenou as compras da Secretaria de Saúde de Maceió, além de ser Diretora de Gestão Administrativa.

“E só consegui chegar até aqui porque aprendi a nunca desistir com minha mãe  que bravamente nos criou sozinha. Tive base amor em casa, e força pra correr atrás dos meus sonhos sabendo que não existe distinção entre pessoas. Somos seres humanos e todos temos capacidade para alcançar qualquer coisa sendo homem ou mulher”, afirmou.

Para 2021, Dayse disse que vê que o mercado da música ainda está um pouco incerto por causa da pandemia, mas garante que não vai parar. “Estou lançando minhas composições no meu canal do Youtube e no Instagram. Pretendo voltar a fazer shows assim que o mercado normalizar”, finalizou.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.