O pedido de socorro vem da Rede de Mulheres da Tradição, um coletivo que luta por políticas públicas para comunidades quilombolas, ciganas e terreiros em Alagoas. O grupo nasceu de forma virtual durante a pandemia da Covid-19, movido que foi pela necessidade de buscar ajuda para quem já vive num isolamento. Não o social, mas o de cuidados básicos, agravado agora pelo temor de que o vírus seja disseminado entre os povos que convivem com o abandono secular.
“Estamos muito apreensivas porque os casos de coronavírus só aumentam no interior. Esperamos que não deixem para dá atenção quando tivermos óbitos”, alertam as coordenadoras, ao dizerem que “nas comunidades em Alagoas o vírus ainda não chegou, mas na maioria dos municípios onde elas estão os casos já são presentes e essa é a maior preocupação”, relatam.
O apelo, como falam, é pela “implementação urgente de medidas de proteção às comunidades, desde a entrega de cestas básicas, distribuição de kits de higiene e limpeza, ao apoio de empresas privadas e sociedade civil que se possível colaborem com doações e investimento nos pequenos projetos”.
A Rede mobiliza ainda as mulheres quilombolas para o edital do governo de produção e doações de máscaras. “Muitas estão confeccionando em suas comunidades. Todas estão bem empenhadas, mas o poder público deixa a desejar, infelizmente”, contam as lideranças, ao dizerem que “falta absolutamente tudo pra maioria, inclusive água de qualidade”.
Enquanto o socorro não chega, as comunidades se protegem como podem. “Algumas estão se prevenindo com medidas básicas de higiene. Esse foi mais um dos motivos da criação da rede. Como se higienizar com água sem qualidade? Alguns colaboradores como o infectologista Fernando Maia, nos deram dicas para a manipulação da água como ferver e usar hipoclorito”, contam.
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