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Jovem diz que loja em Maceió negou parceria por ela “não ter padrão de corpo e de beleza”

O que você faria se fosse negada pela empresária de uma loja por ser magra demais e ouvisse que você não se encaixa no padrão de beleza? Foi isso que ouviu a alagoana Laura Martins, de 20 anos, após ela ter mandado uma proposta de parceria para uma loja em Maceió. A sensação, de acordo com ela, foi de tristeza. Ela resolveu compartilhar o print da conversa com o estabelecimento comercial nas redes sociais, mas não citou o nome dele.

Laura contou ao Eufemea que sempre teve interesse em trabalhar como modelo, mas que as agências cobravam muito caro, e a família não teve condições de arcar. “Depois que engravidei, vi meus sonhos um pouco mais distantes do momento atual. Perdi muito peso após a gestação, ao todo foram 20 quilos”, disse.

A alagoana contou que depois de dezembro, ela voltou a pensar em ser modelo de novo, já que tinha feito um trabalho como modelo de cabelo em um salão de beleza. “Isso abriu algumas portas pra mim. Comecei a trabalhar como modelo de maquiagem e de penteados, e fui em busca de mais”.

Ela chegou a falar com algumas lojas oferecendo proposta de parceria, mas disse que a maioria nem a respondia. “Ou falavam que não estavam fechando parceria no momento e essa quarentena não facilitou nada já que meus trabalhos de modelo foram suspensos”.

Foi aí que ela pensou em enviar mensagens novamente para algumas lojas que já tinha abordado. “E aí eu tive aquela infeliz mensagem como resposta”, comentou.

Veja abaixo a resposta da loja

Laura disse que sabe que está magra e que “não precisa de ninguém jogando isso na cara dela de forma dura”. Quem viu a mensagem que a loja enviou para Laura foi a irmã dela. “Ela veio me mostrar, aí tirei o print e mandei pra uma amiga minha que me incentivou a postar, me disse que ninguém jamais deveria passar por algo desse tipo”.

Segundo a alagoana, escutar isso de uma loja foi cruel e desumano. “ Me senti muito mal e passei o dia inteiro deitada. Não quis conversar com mais ninguém. Me sentia triste. Não era raiva, era tristeza de ser menosprezada”.

Entretanto, ela decidiu que iria publicar o print com o comentário para que as pessoas vissem que existem mais pessoas querendo atrapalhar do que ajudar. “Pessoas que vão fazer você desacreditar de si e que vão dizer que você não tem valor. E que a gente tem que passar por cima, chorar o que tiver e depois seguir”.

O que aconteceu fez com que ela observasse também que existem pessoas que querem ajudar, mas que nenhum comentário apaga o negativo que ela ouviu. “Tenho recebido muito apoio nas redes sociais, mas nem mil comentários apagarão aquele ruim”.

Porém, mesmo abalada, ela disse que não vai desistir dos sonhos dela e que vai lutar para alcançar os objetivos. “O mal por si se destrói. Ninguém jamais sai impune de qualquer situação. Todos colhem o que plantam”, finalizou.
Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.