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Após ser assediada por empresário, vítima diz que desenvolveu doença e “nunca mais foi a mesma”

Foi após vivenciar um assédio praticado pelo dono da empresa que trabalhava que Bianca, 24 anos,* desenvolveu pleva (caracterizada pela erupção abrupta de pequenas pápulas descamativas, agrupadas em tronco ou braços, que se desenvolvem em vesículas e manchas vermelhas e marrons). O Eufemea conversou a vítima que não quis ter o nome divulgado. Ela alega medo do acusado que é empresário e mora em Maceió.

“Eu estagiei na empresa por duas vezes. Na primeira vez, não aconteceu nada. Eu saí de lá e depois voltei porque a esposa do acusado me chamou para trabalhar novamente”, disse Bianca ao Eufemea.

Foi da segunda vez que tudo começou. Ela tinha feito um procedimento estético e colocado silicone. “Alguns dias após ter voltado, ele anunciou para as pessoas que trabalhavam comigo na sala que eu havia colocado peitos”.

Desse dia em diante, o empresário vivia pedindo para ver os peitos dela, tocar e sentir. “Sempre mandei ele parar, dizia que esse tipo de atitude não era legal, que ele tinha uma mulher em casa e ele dizia que os peitos dela já tinha visto, mas queria ver os meus”, contou.

Bianca sentia medo e por este motivo, não contou nada a ninguém. Entretanto, a situação ficou insustentável quando ela foi obrigada por ele a permanecer dentro da empresa. “Ele só me liberaria se eu aceitasse sair no carro dele. Todo mundo já tinha ido embora. Então ou eu iria de carro ou ficaria horas e horas na empresa presa”.

Bianca aceitou. E foi dentro do carro que o empresário começou a passar a mão nela, tocar nos seios dela e na virilha. “Ele falava que poderia me satisfazer sexualmente. Entrei em pânico e ele mandou eu descer do carro”.

Após esse episódio, ela pediu demissão. Por causa do ocorrido, Bianca disse que teve uma crise de estresse que provocou a doença chamada pleva. “Estoura os membros inferiores e me causa uma dor terrível”.

Bianca fez a denúncia contra ele faz um mês. Apesar de ter tido coragem somente agora, ela contou ao Eufemea que os danos são irreparáveis.

“Essa doença não sai mais de mim. Me escondi em roupas por anos por causa das manchas”, afirmou.

Hoje, ela disse que sente por ele ódio. “Ele além de me corromper, de me tocar. Ele tirou minha saúde”.

Segundo Bianca, ela nunca mais fui a mesma, mas diz que “expor o que aconteceu é uma forma de tentar se livrar da ferida. Não sara, mas ameniza”.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.