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Dia do Amigo: na pandemia, tecnologia é aliada para ‘matar a saudade’ e manter rede de apoio

“Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração …”. Quem nunca se viu cantando este clássico escrito por Fernando Brant e Milton Nascimento? É quase um hino de amor a um amigo, que em tempos de distanciamento social se torna ainda mais importante, seja para ouvir, orientar, ou simplesmente silenciar diante de tantas incertezas. Venha o que vier, como diz a canção, amigo é aquele que mesmo distante fisicamente costuma estar bem próximo no pensamento.  

No Dia do Amigo e Internacional da Amizade, comemorado nesta segunda-feira, 20, o Eufemea traz o relato de mulheres que fazem questão de preservar as amizades, apesar do distanciamento necessário para conter o coronavírus, e mostra como os bate-papos ocorrem neste período e como era antes, quando se podia viver em aglomeração. 

A jornalista Gilka Mafra define o que representa um amigo para ela. “Aquela pessoa sempre disposta a ajudar, orientar e participar da minha vida e de minha família como um todo. Amigo está sempre junto, mesmo sem ser fisicamente. Ter um verdadeiro amigo é saber que eu sempre poderei contar com aquela pessoa, nos momentos alegres, (de festas, encontros e viagens juntos), e também nos momentos tristes, quando precisamos daquele abraço e apoio tão importante”, ela diz.  

De muitos amigos, Gilka lembra que o número cresceu com o casamento e o nascimento dos filhos. “Tenho muitos amigos! Amigos da época de escola, adolescência, faculdade, pós-graduação. Amigos que conquistei ao longo da minha carreira como jornalista, e outros que ganhei após meu casamento. Meu ciclo de amizade aumentou ainda mais com o nascimento dos meus filhos, Tiago e Davi”.

“Com a ida deles pra escola (e a amizade que criaram entre os coleguinhas da sala) surgiram novos amigos pra mim e meu esposo. Temos hoje um grande grupo de amigos (13 casais) onde criamos laços fortes que envolvem todas as famílias… as crianças, os maridos, nós esposas, os avós.  Uma amizade que já passa dos 12 anos. Os nosso filhos, que eram bebês quando entraram na escola, já estão adolescentes, e nossa amizade só se fortalece. Sempre saímos juntos, viajamos juntos, e estamos sempre presentes”, revela.  

“Minha relação é sempre próxima com a maioria dos meus amigos. Estamos sempre em contato, nos falando, marcando encontros, almoço, jantar, momentos de lazer e diversão. E se acontece algo ruim, também estamos juntos, dando força, ajudando a superar as adversidades da vida”, conta Gilka.  

A jornalista lembra que em várias situações precisou da ajuda de um amigo. “Mas lembro em especial do apoio que recebi de Zara, Anita, Amanda e Christiane quando me separei do meu primeiro marido. Passamos o fim de semana numa casa no Pontal da Barra, onde conversamos e nos divertimos bastante. Essa relação de amizade que temos é muito transparente, verdadeira e importante pra mim. Somos 5 e estamos sempre juntas, torcendo uma pela felicidade da outra. Temos uma linda relação de amizade que passa dos 20 anos e hoje integra nossos maridos e filhos”. 

Gilka e o grupo inseparável de cinco amigas antes do decreto de isolamento social: “Amizade que passa de 20 anos”

Tatuagens, encontros virtuais…tudo pela amizade 

E como momento marcante, ela descreve: “Fazer tatuagens com amigas. Eu amo tatuagens! Tenho 15 ao todo, com significados importantes pra mim, que envolvem família, trabalho, amor, fé e amizade. Três dessas tatuagens, fiz em conjunto entre três grupos de amigas diferentes. Um gato, um laço e um avião com coração. Cada tatoo com seu significado especial!”, revela. 

Nesse momento de pandemia e distanciamento social são os telefonemas e a tecnologia digital que a mantém próxima dos amigos. “WhatsApp sempreeeee nos nossos grupos individuais. E também organizamos encontros virtuais pelo zoom ou ligação de vídeo”.  

“Esses encontros são sempre muito agradáveis, leves e divertidos. Dependendo do grupo, os assuntos podem variar: família, filhos, aulas on-line, estudos, paixão por vinhos e etc. Mas todos os encontros são sempre recheados de carinho e saudade”. 

Gilka sobre um dos grupo que se reúne para bater papo e tomar vinho. “Esse é um grupo de jornalistas que apreciam vinhos. Já faz um tempo que a gente se encontra pra conversar e beber vinho, seja na casa de alguém ou num bistrô. Com a pandemia, tivemos a ideia de fazer um encontro pelo zoom e foi muito bom! Conversamos, nos divertimos e brindamos virtualmente”. 

“Amigos são presentes de Deus.  Eu já nasci recebendo de presente minha maior amiga, minha mãe Guida, minha base, a quem devo tudo o que sou. Minhas duas irmãs Daniela e Giuliana também são grandes amigas incondicionais que amo e conto pra tudo nessa vida!!! Também sou eternamente grata aos amigos que conquistei ao longo da vida. Uma amizade verdadeira é valiosa demais e deve ser estimada e cultivada com todo carinho. Os amigos nos aceitam como somos, sabem falar as palavras certas na hora certa, tornam nossa jornada de vida mais leve, feliz e florida. Amigos deixam nossa vida repleta de respeito, amor, carinho e união. Sou bem mais feliz pelos amigos que tenho! 

Gilka Mafra

“Chamadas de vídeo aproximam” 

Luciana Martins, também jornalista, define o que representa um amigo para ela: “Um amigo é um encontro de alma, ele é aconchego, é ombro amigo, é sorriso, é esporro mas sempre com um objetivo: te trazer a felicidade. E não há distância, nem tempo que consiga apagar essa relação, se ela realmente for verdadeira”.  

Luciana Martins e as amigas da época do colégio: “Não há distância, nem tempo que consiga apagar essa relação”

Ela revela ter diferentes grupos de amigos. “As minhas relações hoje são bem próximas com alguns colegas de profissão, que se tornaram amigos, e os amigos da época da escola. É engraçado porque sempre tento tirar o melhor de cada grupo, afinal cada um deles tem a sua particularidade e vou somando pra minha vida a simpatia e leveza de cada personalidade dos grupos”, diz. 

Luciana se considera num meio termo quando o assunto é a relação com os amigos, estra sempre próxima ou acompanhar um pouco mais à distância.  “Eu acho que estou no meio termo. Não sou de ligar a todo tempo, mas acredito que tenho um perfil de boa ouvinte porque normalmente quando algum amigo está com problemas sou procurada para aconselhar e quem convive comigo sabe da minha sinceridade, então, vou falar o que penso acreditando que este seja o melhor caminho para a felicidade do meu amigo”, ela afirma,  ao se dizer um tanto quanto reservada. 

 “Eu sou um pouco mais reservada, não sou de compartilhar muito meus sentimentos, vez por outra é que decido pedir ajuda. Mas sim, houve um amigo que me ajudou num momento difícil. Eu enfrentei um problema familiar e quando precisei de ajuda, liguei pra essa amiga que prontamente atendeu o meu pedido. Essa mão estendida é sinônimo de amor, cuidado e carinho”. 

Nesse período de distanciamento social ela conta que “a internet tem sido uma grande aliada, as chamadas de vídeo nos aproximam ainda que virtualmente”.   

“Os encontros são uma bagunça, risos. Todo mundo querendo falar ao mesmo, talvez porque há muito tempo não nos vemos pessoalmente. Se eles me completam? Isso é o que pode ser feito por agora, a gente sente falta do toque, do abraço, do apertão de mão, mas imagina se não tivesse a tecnologia? Acredito que seria bem mais difícil”.  

Segundo ela, o grupo já exista antes da pandemia. “Sempre que possível, a gente se reunia para conversar, compartilhava os vinhos e com a pandemia os encontros presenciais foram suspensos. E recentemente decidimos fazer um encontro virtual, cada um com a sua taça de vinho, e contando um pouco como tem sido a vida neste tempo de pandemia, fizemos até um brinde virtual, risos. Acho que todo encontro virtual ameniza o distanciamento, porque sempre há um momento de descontração, de sorrisos que nos fazem esquecer que estamos isolados”. 

Aos amigos, Luciana manda a mensagem: “Eu digo que a pandemia me trouxe como maior experiência de vida a importância da relação social. A minha rotina de trabalho sempre foi intensa e as saídas para descontrair eram deixadas de lados para o descanso no final de semana e hoje, sinto falta de um café na casa de uma, da caminhada na areia da praia com outra e do banho de piscina na casa aos domingos na casa das minhas primas. A mensagem que deixo a cada um deles é que a partir de agora, vou priorizar esses encontros porque eles são fundamentais para um vida mental saudável e cada um deles tem uma importância na Luciana que sou hoje, contribuindo para que seu seja um ser humano melhor a cada dia”. 

Luciana Martins

“Cantinho especial na minha vida” 

Jornalista e assessora de imprensa, Andrezza Tavares falou com o Eufemea sobre a importância da amizade e como tem feito para se manter presente na vida dos amigos neste tempo de confinamento. 

“Os amigos são fundamentais na minha vida. São encontros de alma! Amigos são a família que a gente escolhe. Eles representam muito, não sei como seria minha vida sem meus amigos”, afirma. 

E conta: “Nunca fui uma pessoa popular, extrovertida, sempre fui mais tímida, mas graças a Deus por onde eu passei, eu fiz amigos. Então hoje trago comigo poucos, mas bons amigos de cada momento da minha vida: amigos das faculdades (Teatro e Jornalismo), de trabalho, amigos dos amigos, amigos do trabalho da minha irmã que também se tornaram meus amigos… Eu amo meus amigos e preservo as minhas amizades”, afirma. 

Andrezza Tavares “Hoje, uso mais as redes sociais para matar um pouco da saudade dos meus amigos”

Quanto a relação com os amigos, ela diz que é ótima. “Cada um tem um cantinho especial na minha vida. Com o passar do tempo, cada um seguiu caminho pessoal e profissional diferente – uns casaram e tiveram filhos; outros mudaram de cidade e até de país -, o contato físico ficou um pouco mais difícil, o que é natural. Mas o amor e bem querer continuam os mesmos. E a tecnologia e as redes sociais, contribuíram para uma aproximação e interação ainda maior, tornando o contato mais próximo, o que ajuda a matar um pouco da saudade, principalmente agora com o isolamento social”.  

Andrezza conta ainda que costuma ser daquela amiga que liga, dá força. “Sim. Sempre que posso estou em contato com meus amigos, seja por meio de ligações telefônicas ou por mensagens de WhatsApp, procurando saber como eles estão, principalmente nesse momento tão difícil que a gente está vivendo com a pandemia. Assim, a gente se faz presente, mesmo distante fisicamente”, diz.  

“Mesmo antes da pandemia eu já tinha vários grupos de amigos no WhatsApp a gente sempre mantinha contato por lá, então, mesmo distantes fisicamente estávamos conectados. Acho que amizade é troca, é carinho, é companheirismo. Então a gente está sempre querendo saber como o outro está, prontos a ouvir, aconselhar e também ser ouvida e aconselhada quando precisamos. Eu adoro ter amigos e procuro ser uma boa amiga também. Eu tenho amigas que a gente pode passar meses sem se falar, mas quando a gente se fala ou se ver, é a mesma coisa, nada mudou. A amizade é a mesma, o carinho e o bem querer são os mesmos”. 

Nesse momento de pandemia e distanciamento social, Andrezza diz que tem sentido muita falta dos amigos. “Saudade do calor humano, do abraço, das risadas, mas eu entendo que o distanciamento social é fundamental para contermos a disseminação do vírus. Hoje, uso mais as redes sociais para matar um pouco da saudade deles, principalmente o WathasApp”. 

“Como eu disse, mesmo aqueles que normalmente eu não tenho contato físico por morarem fora ou terem uma rotina diferente da minha, a internet tem sido uma ótima ferramenta para encurtar distâncias. Amigos de verdade continuam amigos mesmo com a distância”. 

Grupo de mulheres, café e sorrisos 

Ela diz ainda que tem um grupo só de mulheres. “Somos seis amigas, que de vez em quando se reúne para matarmos a saudade. O grupo no WhatsApp já é antigo e bastante movimentado (risos), mas os encontros virtuais, por chamada de vídeo, são uma novidade e tem dado muito certo. Então nesse período nos encontramos, virtualmente, para comemorar o meu aniversário e o aniversário de mais duas amigas: a Carla e a Lisi. E foi ótimo! Nos divertimos bastante! Esses encontros amenizam o peso de tantos dias reclusa em casa. Eu estou há quatro meses sem ver minhas amigas e esses encontros ajudam bastante até para a gente relaxar, depois de um dia de trabalho intenso”.  

Antes da pandemia, elas sempre se reuniam “para um café na casa de uma amiga e pelo menos uma vez por mês ou a cada dois meses a gente se encontrava”

Andrezza conta que antes da pandemia elas sempre se reuniam “para um café na casa de uma amiga e pelo menos uma vez por mês ou a cada dois meses a gente se encontrava. Fora isso a gente sempre dava um jeito de estar juntas: ou num barzinho, praia, pizzaria, restaurante. Ah, nossos aniversários nunca passam em branco, sempre procuramos estar próximas umas das outras”, lembra. 

 “Amigos são presentes que todos devem ter em suas vidas. Amigos verdadeiros podem ser poucos, mas são fundamentais. Eu amo meus amigos e estou morrendo de saudade de abraçá-los. Já disse a mim mesma que quando essa pandemia passar eu vou marcar pra encontrar todos os meus amigos. Quero abraçar todos eles, os mais próximos, os que nunca mais vi, todos. Tudo será motivo de festa. Não vejo a hora de encontrá-los, mas enquanto isso, vamos nos encontrando virtualmente, seja por chamadas de vídeo, ou por troca de mensagens”. 

Andrezza Tavares

Para este Dia do Amigo, ela conta o que prepararam. “Estamos organizar um encontro por chamada de vídeo com o grupo das seis meninas (risos).  Também já tenho outro encontro marcado com duas amigas da época da Faculdade de Teatro, são amigas-irmãs que eu não vejo há muito tempo, uma delas mora na Itália. A internet tem sido uma grande aliada, as chamadas de vídeo nos aproximam ainda que virtualmente”.  

Niviane Rodrigues

Niviane Rodrigues

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