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Estudante aprovada em seis universidades internacionais faz campanha para garantir viagem

A estudante Ana Carla Carlos, tem 30 anos, é formada em Relações Internacionais e é o que para muitos pode ser chamada de “gênio”. Alcançou a façanha de ser aprovada em seis mestrados internacionais e hoje trava uma batalha não mais com os estudos, mas para conseguir o montante financeiro que precisa,  arrumar as malas e partir para o país onde fará o mestrado.  A jovem corre contra o tempo e tem se desdobrado para realizar o sonho.  

O Eufemea conversou com Ana Carla, que contou  sobre sua vida e o que faz para arrecadar o dinheiro que precisa para viajar cursar mestrado. 

“Eu moro com a minha mãe, a minha irmã e o meu padrasto, em Salvador/BA. No momento, não tenho um trabalho formal, mas para conseguir alcançar o objetivo do mestrado eu trabalho com tradução de documentos e dou aulas de inglês”, ela diz. Ana nasceu em Brasília e aos dois anos, após a separação dos pais, se mudou para a Bahia. 

 A minha família (minha mãe e o meu padrasto), conta Ana Carla, “sempre me ajudou e ajuda muito, e eu gostaria de destacar que a campanha de financiamento coletivo não corresponde a 100% do que eu preciso, mas aproximadamente 50%. Conforme destacado no site do Catarse (https://www.catarse.me/ajude_ana_a_estudar_na_suica?project_id=115787&project_user_id)”. 

“Após muito tempo juntando, consegui junto com a minha família arrecadar cerca de 47% do total, ou R$ 74.500,00. Como os custos de estudar no exterior são muito elevados, decidi criar essa campanha para que eu pudesse inspirar mais pessoas a buscarem os seus sonhos, independente do lugar de onde elas vêm, e também compartilhar o meu propósito de vida, que é o de reduzir desigualdades e garantir direitos de pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que eu tive”.  

Ana Carla: “Como os custos de estudar no exterior são muito elevados, decidi criar essa campanha” Foto: acervo pessoal

Para Ana Carla, “realizar o mestrado é uma forma de aprofundar o meu conhecimento para promover mudanças reais na prática, gerando transformações na minha comunidade e no meu país. Eu sou apenas um vetor para que isso aconteça”. 

Quanto à aprovação em seis mestrados, ela fala que “foram muitos meses de preparação, entre aulas de inglês, redações, currículo, cartas de motivação, entre outros documentos, e dedicação em todo o processo de candidatura. Candidatar-se a um mestrado internacional é um processo demorado, complexo e que exige muito tempo e esforço, e como as instituições de renome são muito competitivas, uma vez que recebem candidatos do mundo inteiro, eu me apliquei para várias sabendo que era muito difícil ser aprovada. Felizmente, eu conquistei seis aprovações. Tentei dar o melhor de mim e mostrar às universidades a minha trajetória e as minhas qualificações de forma clara e concisa”. 

Ana Carla conta ainda que começou a se preparar no ano passado, a partir de junho. “Enviei as candidaturas em dezembro, janeiro e fevereiro”, ela revela ao falar sobre os cursos. “Escolhi como primeira opção uma universidade em Genebra (o IHEID). É um instituto de excelência, mundialmente reconhecido, e conta com professores de alto calibre que são referência no tema. Oferece não só um ambiente multicultural e de intenso compartilhamento de experiências, com estudantes de mais de 100 países diferentes, mas também oportunidades personalizadas de especialização e linhas de pesquisa”. 

“Todas as universidades são de excelência, incluindo a universidade de Chicago que está entre as 10 melhores do mundo. Gostaria de ressaltar que possuo a comprovação de aceitação em todas as universidades mencionadas, e inclusive apresentei esses documentos a todas as emissoras de TV que fizeram reportagem comigo.” 

Foram as seguintes as universidades onde ela foi aprovada e os cursos:  

Universidade   Brandeis University (EUA), no curso Master in International Sustainable Development; Central European University (Hungria/Áustria), no curso Master in Public Policy; University of Chicago (EUA), que está entre as 10 melhores universidades do mundo, para o curso de Master of Arts in International Development and Policy (MAIDP); na Graduate Institute of International and Development Studies (Suíça), curso Master in Development Studies; International Institute of Social Studies/ Erasmus University Rotterdam (Holanda), curso Master in Development Studies e na Maastricht University/ UN-Merit (Holanda), no curso de Master Programme in Public Policy and Human Development. 

‘Vaquinha’ eletrônica, brechó, rifa, aulas de inglês … 

Realizar o sonho, no entanto, depende agora de recurso financeiro e Ana Carla corre para assegurar. Iniciou uma campanha e abriu uma página no Instagram. 

“Como os custos de estudar no exterior são muito elevados, decidi criar essa campanha para que eu pudesse inspirar mais pessoas a buscarem os seus sonhos, independente do lugar de onde elas vêm, e também compartilhar o meu propósito de vida, que é o de reduzir desigualdades e garantir direitos de pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que eu tive”.  

 A jovem lança um apelo: “Quem quiser fazer parte da campanha e contribuir com esse sonho de reduzir desigualdades através da educação, há várias formas de apoiar: há a vaquinha (link do catarse), em que pode ser doado qualquer valor, além do brechó, uma loja de livros e rifas. Recentemente, lancei uma rifa na qual quem participa concorre a mais de R$ 900 em prêmios, incluindo uma tatuagem de R$ 600.  Além disso, eu ofereço aulas de inglês e também consultoria para candidatura a universidades no exterior. No perfil da campanha no instagram, eu compartilho várias dicas de inglês e dicas de como estudar no exterior”, ela conta. 

Segundo ela, até agora conseguiram arrecadar aproximadamente 35%, “e a campanha irá até o dia 28 de julho (pois eu preciso comprovar para o consulado da Suíça uma prova de fundos equivalente a um ano de estudos, e apenas assim eu consigo iniciar o mestrado). Eu acredito muito que se cada um puder contribuir um pouquinho, eu conseguirei alcançar a meta e efetivar o meu papel como agente transformadora da sociedade”.  

Ana Carla pretende fazer pesquisa e criar projetos em temas vinculados à pobreza e desigualdade

 Questionada como se dará esse retorno à população com os seus estudos, ela explica: “Durante o mestrado, eu pretendo fazer pesquisa e criar projetos em temas vinculados à pobreza e desigualdade, desenvolvendo as minhas próprias reflexões e estratégias para gerar ainda mais impacto na comunidade, trabalhando nas Nações Unidas. Desde muito nova, eu tenho a certeza de que o meu propósito é impactar e mudar a vida das pessoas, e cursar esse mestrado será decisivo para que possa adquirir conhecimento aprofundado e aplicá-lo na prática”. 

 “Eu pretendo aplicar o meu conhecimento na prática, trazer tecnologias inovadoras e experiências de sucesso para a Bahia e para o Brasil, com foco na redução de desigualdades e pobreza”, ela conclui. 
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Niviane Rodrigues

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