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O fenômeno Kel Monalisa: cantora alagoana fala sobre carreira, assédio e pandemia

Kel tinha 9 anos quando cantou a primeira vez. A primeira apresentação dela foi em casa durante uma festa em família. A canção escolhida foi “Jesus Cristo”. De lá pra cá, a paixão pela música só aumentou. Nas apresentações infantis, Kel se realizava: ela cantava para outras crianças em festivais de música na escola.

Já mais velha, os pagodes com os amigos sempre contavam com a bela voz de Kel. “Meu irmão Serginho tocava violão, nas rodas de samba, e eu ia com ele. Sempre era chamada para cantar Alcione”, contou ao Eufemea.

A mãe de Kel sabia que ela gostava de cantar, mas queria que ela fizesse uma faculdade. “Entrei na faculdade de Publicidade e no 3º período, saí para uma barzinho com os amigos e mais uma vez, pediam pra eu cantar quando tinha música ao vivo”.

Vendo o talento dela, o dono do bar a chamou para que ela ficasse cantando no bar. Foi aí, em março de 2007, que começou a carreira profissional de Kel. “Comecei a viver de música”, disse.

Kel é alagoana, conhecida como uma verdadeira intérprete da Música Popular Brasileira, um verdadeiro fenômeno. Ser mulher e artista é desafiante, mas ela não perdeu o amor e a coragem que a impulsionava em ser uma cantora melhor.

A força de Kel chega através da voz deslumbrante, cheia de energia e alegria.

Assédio na carreira

No começo da carreira, Kel contou ao Eufemea que passou por problemas devido ao assédio. “Foram várias vezes. Uma banda me chamou para ser vocalista e exigiu que eu fosse de shortinho curto, me recusei”.

Como ela começou cantando em bares, ela disse que o assédio sempre foi constante, mas que isso fez com que ela soubesse se impor e fazer com que as pessoas valorizassem o trabalho dela. “Nunca me abati por isso! Sempre segui em frente, sabendo sempre o que eu queria”.

Pandemia na vida da artista

A chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus afetou os artistas de maneira geral. Kel disse que tem vivenciado esse momento se agarrando em na fé dela. Mas que também tem enxergado o momento como uma oportunidade para que ela descanse um pouco.

“Nunca tive férias em 13 anos de carreira. Chegou minha hora de descansar um pouco, mesmo que num momento delicado. No começo quis me aperrear, depois lembrei que somos fruto do que plantamos e eu sei bem tudo que plantei, não tenho porquê me aperrear”, ressaltou.

Segundo ela, nos dias ruins, ela reza, canta, estuda e faz lives. Tudo isso para ficar perto do público. Além disso, Kel tem experimentado coisas que ela não podia antes da pandemia como: fazer tarefas domésticas e estar mais perto do filho.

“Quando penso em ficar triste, lembro que precisamos confiar, nos planos de Deus e busco me animar, e trabalhar da maneira que posso agora. Além de ajudar o próximo, através das lives”, enfatizou.

Para o fim da pandemia, a cantora disse que deseja ter saúde física e mental. “Quero continuar vivendo de música e ajudar os mais necessitados, pois muitos não terão a oportunidade de recomeçar depois de uma crise como essa”.

Live no sábado (11)

Para comemorar a chegada de mais um ano de vida, a cantora alagoana Kel Monalisa realiza no sábado (11) , às 15h, mais uma live em seu canal oficial no Youtube. 

O projeto leva o nome “Boteco da Kel” que tem o objetivo de arrecadar doações para o “couvert virtual” – forma encontrada pela cantora de reverter os valores recebidos em cachê para os músicos que compõem sua banda. 

Para a live, Kel promete que terá muito Samba, alegria e energia. “O projeto “Boteco da Kel” foi criado para levar o samba pro meio do povo, no momento não podemos, mas quero com a live que as pessoas sintam, como se estivéssemos juntos.”

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.