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Com açúcar, com afeto: como duas sócias criaram uma marca de doces e sobreviveram à crise da pandemia em Maceió

Foi na cozinha de um espaço discreto no bairro da Jatiúca, em Maceió, que a mágica aconteceu. O doce da advogada Sandy Farias e o afeto da administradora Andréa Pessôa fizeram com que nascesse uma das maiores marcas de doce do Estado: Le Brulé.

No início, as duas amigas se desdobravam para tudo: atender, anotar pedidos, fazer as encomendas. Tudo era por meio de delivery.

Mas o sucesso da doceria foi tão grande que as duas empreendedoras pensaram em expandir e abriram uma cafeteria na Ponta Verde. “O café tem mais de quatro anos que está funcionando”, contou Andréa.

Conheça como surgiu a Le Brulé no vídeo abaixo:

O propósito da Le Brulé vai além de ser uma doceria ou cafeteria. De acordo com a confeiteira Sandy Farias, o objetivo foi de quebrar o paradigma de confeitaria da cidade. “Não tínhamos tantos modelos de negócios semelhantes ao nosso. Pesquisamos e criamos tudo”.

Sandy e Andréa. Foto: Maciel Rufino

Para que a marca se consolidasse foi preciso investimento e profissionalização. “Desde o maquinário ideal até a formação da equipe dentro de uma área que a gente não tinha nem onde buscar a mão-de-obra”, contou Sandy.

A equipe foi criada do zero e hoje conta com cerca de 20 funcionárias. Todas mulheres. 

“A maternidade empodera”

Sandy e Andréa se completam. Enquanto uma fica com a parte dos doces, a outra lida com a parte administrativa. “É um orgulho grande ter começado só nós duas. Nunca fugimos do que acreditávamos”, disse Andréa.

As duas passaram por alguns desafios no começo da Le Brulé. O principal deles foi conciliar o trabalho com a maternidade. “É muito desafiador ser mãe e empreender, mas a maternidade empodera”, disse Sandy. E a sócia completa: “O que importa é que estamos passando para os nossos filhos o que amamos fazer e isso nos deixa bem”.

Para as duas, cada dia é desafiador, mas ambas respiram o empreendedorismo. 

Le Brulé ia fechar as portas na pandemia

Com a chegada da pandemia, as duas não imaginavam que passariam por um desafio ainda maior após anos consolidadas no mercado. É que as proprietárias, no dia 8 de julho, anunciaram por meio da conta oficial da cafeteria no Instagram que iriam fechar o local por causa da pandemia.

A marca iria continuar operando apenas com encomendas e delivery. Foi uma volta ao passado. “Nós tínhamos acabado de comemorar uma semana antes, os quatro anos da Le Brulé, mas precisamos fechar antes do decreto emergencial do Governo”, explicou Andréa.

No vídeo abaixo, elas falam sobre esses desafios na pandemia:

As duas precisaram desse tempo para entender como iam suportar esse momento, mas optaram por fechar a cafeteria. “Nós precisamos voltar para o início que foi a estratégia maior para a sobrevivência do negócio. Foram dias difíceis”.

Só que as empreendedoras foram surpreendidas. Com o anúncio na rede social, vieram mensagens de tristeza dos clientes lamentando o fato. Mas entre eles estava alguém que estenderia as mãos para as duas.

Fã da marca e consumidor assíduo da cafeteria, o empresário Thiago Nascimento lançou a proposta de entrar como o novo sócio de Andréa e Sandy. “Não esperávamos. Ele tem toda experiência com o empreendedorismo e que é determinado na área”. 

A chegada de um homem para a marca foi vista como mais uma força para fazer o sonho delas continuar. “Ele tinha outros planos que eram bem parecidos com o que imaginávamos”, comentou Andréa.

A Le Brulé conta com três sócios agora, mas para as empreendedoras – apesar delas terem criado a marca – a Le Brulé têm significados diferentes.

Andréa, Sandy e Thiago. Foto: Instagram/Le Brulé

Para Andréa, a marca trouxe um renascimento da vida profissional. “É algo que não tem preço. É um significado imensurável”.

Já para Sandy, a Le Brulé foi um divisor de águas. “Existe uma Sandy antes e outra depois. Nem nos meus melhores sonhos ela existia do jeito que ela é”.

Agora, após anos no mercado, a marca vai continuar viva e levando açúcar e afeto para quem consome. A história da Le Brulé não parou e existem vários capítulos que serão construídos. Para 2021, segundo as duas anteciparam ao Eufêmea, a marca será expandida.
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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.