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Ela descobriu o amor pelo ensino dando aula em uma usina no interior de AL: “O caminho é a educação”

A trajetória de Simone Costa com o ensino começou em 1984, na usina  Capricho, localizada na cidade de Cajueiro, em Alagoas. Na época, ela estudava contabilidade e recebeu o convite de uma professora para tirar a licença maternidade de uma docente na usina. De lá pra cá, Simone descobriu a paixão pela sala de aula e não abandonou mais. Hoje, dia 15 de outubro, dia do professor, o Eufêmea traz a história de Simone que acredita que “fielmente que o caminho é a educação”.

O começo

Quando Simone foi chamada para tirar licença maternidade, ela tinha apenas 18 anos e ensinava todas as disciplinas. “Não era esse futuro que eu ambicionava. Mas após tirar a licença maternidade, fui questionada se queria continuar dando aula. O salário não era ruim, eu precisava trabalhar e aceitei”.

Na época, Simone disse que não fazia a menor ideia do que era ensinar. Mas garante que a usina foi sua grande escola. “Lá eu aprendi muito. Fazia vários cursos em Maceió e o método era o construtivismo. Eu comecei a ver aquele sistema e me apaixonei. A usina foi minha melhor escola e o local onde aprendi tudo”.

Com menos de um ano, Simone foi para a coordenação da escola. E lá, ela queria levar o entusiasmo que tinha dentro de si. “Eu queria que os professores tivessem aquela vontade de ensinar, o entusiasmo. Isso nunca faltou em mim”.

Após anos morando em Cajueiro, ela precisou ir morar na capital. Já em Maceió, ela começou a trabalhar em uma escola particular, mas queria ir além. Simone optou por fazer o concurso do Estado e da Prefeitura. Foi aprovada em ambos.

“Funcionário público não só pensa em dinheiro”

Ela enfatizou que muitas pessoas ainda enxergam o funcionário público só pensa em dinheiro, mas que isso não procede. “Quando entrei para ser funcionária pública, eu era muito motivada e levei minha bagagem para os trabalhos. Eu gostava demais do que fazia”.

Hoje, os 55 anos, Simone é coordenadora de uma escola chamada Maria Lúcia Lins de Freitas, situada no bairro do Graciliano Ramos, parte alta de Maceió. “Trabalho com excelentes profissionais que só sinto orgulho. Só pensamos no bem-estar do aluno”.

Foto: Cortesia. Simone e os professores.

Segundo ela, não existe nada por acaso. “Eu tinha que trabalhar com educação. Sempre fiz tudo com muito amor, carinho e dedicação”, disse.

Sobre ser professora, Simone disse que sente muito orgulho e que a vida dela foi resumida em ensinar, mas também motivar os professores. “Quando eu dava uma aula e motivava os alunos, chegava na sala dos professores e já contava. Gosto de ver meus professores motivados”.

De acordo com a coordenadora, só a educação pode salvar o mundo. Ela é o caminho. “Sem educação paralisamos. Pena que muitas pessoas não têm essa visão”, lamentou.

Por fim, Simone disse que muitas escolas necessitam de alguns materiais, mas que ela enxerga em cada professor, o comprometimento, a harmonia e a vontade de ensinar. “Não condiz nada com que as pessoas dizem que professor de escola pública não quer trabalhar. Vejo em cada profissional que trabalho essa vontade e amor pelo ensino. Eu trabalho com excelente profissionais”.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.