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Com alternativa para aliviar Judiciário, advogadas se unem e lançam Câmara para resolução de conflitos

Foto: Algo Mais

Amani significa paz. E foi com esse objetivo de trazer pacificação social e de ‘aliviar o Judiciário’ que duas advogadas uniram os sonhos e inauguraram a Câmara Amani (uma das primeiras Câmaras da Região Nordeste). Elas são pioneiras no estado de Alagoas quando se fala em atendimento de pessoas físicas. O propósito da Câmara é oferecer uma conciliação através de mediação e arbitragem, garantindo celeridade, tratamento diferenciado e confidencialidade na resolução de conflitos de forma online ou presencial.

A ideia surgiu das advogadas Oneyka Albuquerque, 35 anos e da Sumay Larré, 41 anos. Para que a Câmara fosse criada, as advogadas buscaram inspirações em duas professoras Marizângela Melo e Rita Régis que também integram a Amani como Diretoria Técnica.

Ao Eufemea, Oneyka contou que conheceu Sumay no curso para mediadoras. Mas que na época, ambas não pensavam em seguir por esse caminho.

“Nós recebemos convites de outras pessoas para abrirmos a Câmara, mas negamos”, disse.

Assim como algumas empreendedoras, a pandemia trouxe uma luz para que as duas tocassem o projeto. “Na pandemia percebi a necessidade da mediação. Vi muitos desgastes nas relações e a necessidade de mudar esse cenário”, disse Oneyka.

Oneyka estudava para concurso público, mas sempre foi apaixonada por mediação. “Só não sabia como viver disso”, comentou.

Foi a partir de um post nos stories de Oneyka que tudo mudou. “Eu fiz uns stories falando sobre os benefícios da mediação, a partir de um caso e a Sumay já me escreveu dizendo que estava pensando em investir nessa área”.

E foi em agosto desse ano que durante um café, as duas advogadas perceberam que tinham mais em comum do que imaginavam.

Sumay sempre atuou na área de família e via de perto a dificuldade que as pessoas encontravam sem a mediação. “A mediação na prática é diferente. No mínimo, levamos uma hora para cada sessão. E quando se chega na Justiça isso é diferente: são cerca de 20 minutos. Ou seja: o resultado não é o mesmo”.

Segundo Sumay, com as técnicas de mediação, as pessoas saem transformadas. “Hoje entendo que abrimos a Câmara no tempo certo. O nosso objetivo é realmente fomentar a cultura da paz que é contrária do litígio. Nós queremos a pacificação social”.

Como funciona a Câmara?

Ela substitui a judicialização de um problema através dos métodos adequados para resolução do caso, retirando as partes da chamada ‘espiral do conflito’ para que enxerguem possibilidades de solução. 

Assim, diferente de um processo judicial onde um ganha e o outro perde, há um consenso ou ‘ganha-ganha’, onde ambas as partes retomam o diálogo e trabalham rumo à construção da cultura de paz – aquela baseada na superação de divergências através da conversa, sem recorrer a brigas ou violência.

Maternidade impulsiona

O tempo das duas é um verdadeiro ‘se vira nos 30’. Ambas são mães e reforçaram que foi a maternidade que impulsionou para que elas lutassem pela criação da Câmara.

“Tenho dois filhos. Eles são tudo em minha vida. Eu confesso que não teria toda essa coragem se não fosse por eles. Eles são minha maior inspiração e me impulsionam a exercer o meu melhor trabalho. A rotina é cansativa, mas vale a pena”, destacou Oneyka.

E Sumay acompanha o pensamento da sócia. “Tenho três filhos que me ajudam e me incentivam. Ser mãe nunca me impediu de fazer nada”.

“Somos uma opção para acelerar a Justiça”

Mesmo com a rotina puxada, as duas não deixaram de lado os sonhos e planos para 2021. “São infinitos planos. Temos como referências as grandes Câmaras do Brasil. Então nada impede que nós possamos atuar em parceria ou com metas”, reforçou Oneyka.

A advogada Sumay também acrescenta: “Nós queremos conscientizar os clientes e auxiliares da Justiça de que eles podem utilizar da Câmara. Não somos concorrentes. Somos uma opção para acelerar e melhorar o trabalho deles, a morosidade da Justiça que prejudica advogado e cliente”.

A Câmara Amani terá lançamento oficial no próximo dia 09 de dezembro, através de live no seu canal oficial no Youtube. Até lá, mais informações sobre sua proposta e serviços podem ser encontradas no Instagram @camara.amani ou no site www.camaraamani.com.br.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.