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Preservativo feminino: “Muitas mulheres deixam a prevenção na mão da parceria”, diz educadora em sexualidade

Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Sendo que 89% delas foram diagnosticadas e 77% fazem tratamento com antirretroviral. Quando falamos em mulher, para prevenção contra aids, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis, existe a camisinha feminina. Mas será que esse preservativo é usado pelas mulheres? Quantas mulheres que você conhece que realmente já experimentaram essa camisinha? Muitas sequer viram.

Hoje, no Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Eufemea conversou com a educadora em sexualidade Laylla Brandão sobre o assunto. 

Segundo ela, socialmente falando, se foca muito na questão de prevenção de gravidez e doença. Porém, por mais que o preservativo feminino esteja nos postos de saúde, a camisinha masculina ainda é a mais ofertada.

“É muito fácil a questão do manuseio da camisinha na hora do sexo quando se fala no homem. A masculina é mais prática e muitas vezes, a mulher acaba deixando essa prevenção e responsabilidade na mão da parceria”, ressaltou.

A educadora acredita que há informação sobre a camisinha feminina, mas não tanto quanto a masculina. “A prova disso é que as camisinhas masculinas são comercializadas nas farmácias de forma mais fácil do que a camisinha feminina”.

Outro ponto que também a educadora chamou atenção é sobre a prática de introdução e a ausência de informação sobre a aplicabilidade da camisinha feminina. “A do homem é apenas vestir. Quando falamos na mulher até percebemos que existe essa ausência de informação. Ou seja: muitas mulheres não sabem usar, não levam o preservativo na bolsa, por exemplo. E quando levam, é sempre o masculino”.

A dica que a educadora deu é para que a mulher compreenda que o uso do preservativo feminino é responsabilidade também dela e que ela não pode deixar isso nas mãos da parceria. 

COMO USAR – O preservativo feminino é bem maior que o masculino, pois envolve todo o colo do útero e os grandes lábios; tem cerca de 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro e possui dois anéis flexíveis. Um é móvel e fica na extremidade fechada, servindo de guia para a colocação do preservativo no fundo da vagina. O segundo, na outra ponta, é aberto e cobre a vulva (parte externa da vagina).

Clicando nesse vídeo você assiste a demonstração completa. O preservativo feminino é tão eficaz quanto a camisinha masculina, tanto como método contraceptivo como de prevenção da transmissão do HIV/aids, da sífilis, da gonorreia, do vírus zika e de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.