Ela viajou para outra cidade, no meio de uma pandemia, para ajudar quem ela não conhecia. A história que o Eufemea traz hoje é da jovem Giovanna Venarusso Crosara, de 24 anos, que mora no interior de São Paulo e viajou 2.199 km para realizar uma doação de medula óssea em Recife, Pernambuco.
À reportagem, Giovanna contou como se deu esse processo e explicou que se cadastrou como doadora em uma campanha em agosto de 2016. “Em outubro de 2020 entraram em contato comigo dizendo que existia uma possível compatibilidade”, disse.
A estudante de psicologia mora em Lins, São Paulo e precisou ir até uma cidade próxima a dela para fazer o exame, e confirmar a compatibilidade.
“Em dezembro do mesmo ano me ligaram confirmando que eu era 100% compatível com a pessoa”, explicou. Na mesma semana, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea entrou em contato para organizar os exames e a doação.
“A doação seria em Recife. Me propuseram fazer os exames dia 11/01 e doação dia 25/01, e eu aceitei na hora. Conversei com as pessoas que pensei que poderiam me acompanhar e consegui que minha mãe fosse nos exames, e uma amiga me acompanhou na doação”, disse a jovem.
Hospedagem, passagens aéreas, alimentação e transporte. Tudo isso é bancado pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
“No dia 10 de janeiro fomos para Recife e no dia seguinte fui com ela até o hospital. Fiz exames de sangue, eletro, raio-x e conversei com o médico que nos explicou tudo”, comentou.
O dia do procedimento
Giovanna foi internada no dia 24 de janeiro e fez uma bateria de exames, inclusive o teste para a covid-19. “Aí tomei uma injeção para estimular minha medula que me rendeu algumas dores, mas que passaram depois. Essa foi a única “preparação” que precisei fazer, além do jejum no dia anterior à doação, então não tive que mudar nenhum hábito durante o processo”.
No dia 25 de janeiro, a estudante fez o procedimento. “Depois disso, eu acordei na sala de recuperação, mas não vi nada durante o procedimento”, contou.
Quando perguntada por qual motivo ela se colocou à disposição de doar para alguém que ela não conhecia, Giovanna respondeu: “Por qual motivo eu não faria? Para mim, não faria sentido deixar de fazer”.
Segundo ela, alguém estava precisando da medula dela e a compatibilidade era de 100%. “Eu estava disposta a doar, em nenhum momento pensei em desistir, pra mim sempre foi uma certeza”.
Giovanna teve alta após 24h. Ela sentiu algumas dores, mas “nada insuportável”.
Giovanna não conhece a pessoa que recebeu a medula, mas disse que busca incentivar as pessoas para que elas se cadastrem e doem. “Só posso conhecer a pessoa depois de 1 ano e meio, caso as duas partes aceitem. O que tenho pra dizer é que diante de tudo o que passei, quero conseguir incentivar mais pessoas a se cadastrarem como doadoras também”, afirmou.