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Pandemia: está desesperada ou sem esperança? Eu te dedico essa mensagem

Ainda lembro do primeiro decreto em Alagoas. Foi em março do ano passado. Naquela época, acredito que assim como eu, várias pessoas estavam esperançosas para que a pandemia durasse pouco e que os casos diminuíssem com o passar dos meses. Hoje, um ano depois, parece que restou apenas desespero.

Ano passado, tudo era novidade: as lives eram legais e era divertido comprar cerveja, petiscos e ajudar os pequenos restaurantes que lançavam combos; era impossível não publicar uma foto usando máscara com a tag #fiqueemcasa; fizemos carreatas; aniversários online; E o que falar sobre a esperança? Eu tinha certeza absoluta que a pandemia viria para mudar um monte de gente. E não só eu, mas várias pessoas que acreditavam num propósito maior.

Um ano depois, parece que tudo voltou para março de 2020. Só que dessa vez há uma enorme diferença: sinto como se a esperança tivesse se perdido. Com tantas mortes, crises na política, falta de perspectiva, como acreditar num futuro melhor?

É duro. Nas redes sociais, algumas pessoas brigam com os argumentos mais idiotas possíveis. Umas dizem que a covid não passa de uma jogada do Governo para quebrar a economia. Dá preguiça. A discussão é inútil.

E aí, bate a certeza de que a pandemia não mudou praticamente ninguém. Talvez esse fosse o grande propósito e por isso estejamos vivendo ela ainda. As pessoas continuaram egoístas, individualistas e vivendo na sua bolha da hipocrisia.

E sabe a esperança que citei acima? Parece que ela se foi. Mas se tem uma coisa que aprendi durante alguns anos na terapia é que temos dias bons e ruins. E que a resiliência é algo que a vida nos ensina, só a vida.

Por mais que esteja tudo confuso e você esteja desesperado por causa dos seus motivos, por mais que você esteja sentindo que está perdendo tempo e que nada vai mudar, eu te envio uma citação da Ana Jácomo. Espero que ela te ajude:

Desejo que a sua vida inteira seja abençoada, cada pequenino trecho dela, em toda a sua extensão. Que cada bênção abrace também as pessoas que ama e seja tão vasta que leve abraço a outros tantos seres, sobretudo àqueles que mais sofrem, seja lá por que sofrem. Desejo que os nós que apertam o seu coração sejam gentilmente desatados e que os sentimentos que os formaram se transformem na abertura capaz de criar belos laços de afeto. Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.

Vai ficar tudo bem.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.