Pedindo por prioridade na vacinação contra a covid-19, mulheres de todo Brasil se uniram e criaram um movimento nacional chamado “Lactantes pela Vacina”. Em Alagoas, o movimento também existe, conta com mais de 1.000 mães e tem duas representantes que estão encabeçando a mobilização: a jornalista e mãe, Lis Nunes, e a mãe Thaís Chagas.
Ao Eufemea, Lis Nunes contou que desde o dia 7 de maio que o movimento em prol da vacinação de mães lactantes teve início em Salvador e logo, ganhou força e adesão de mais apoiadores em outros estados.
“O movimento conta hoje com mais de 50 mil mulheres em todo Brasil. Em Alagoas, o Lactantes pela Vacina já contabiliza mais de 1000 mães participantes”, disse Lis.
A jornalista também explicou que o Lactantes pela Vacina é um coletivo de Mães que luta pela vacinação contra a Covid-19 para todas as lactantes.
“A mobilização utiliza-se dos últimos estudos desenvolvidos e através desses dados científicos e recomendações de órgãos como Organização Mundial da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria o movimento justifica sua pauta em função da alta mortalidade materna e de bebês no país e da contraindicação do uso de máscara por bebês menores de 2 anos. Tornando o grupo mais vulnerável ao contágio e também vetores de transmissão”, comentou.
Segundo Lis, a transmissão dos anticorpos se dá através da imunização materna e a estratégia de aceleração da imunização coletiva pela proteção de duas ou mais pessoas (em casos de mães que amamentam mais filhos) com uma única dose da vacina. “Esse é um fator que também se mostra favorável ao pleito”.
A representante do Movimento em Alagoas disse que para que as lactantes sejam inseridas na vacinação, ações estão sendo realizadas. Entre elas, diálogos com políticos, petições onlines, e envios de cartas abertas aos Governadores e Secretários de Saúde. “Aqui em Alagoas, nós já conseguimos mobilizar parte dos parlamentares e receber o apoio de todos eles”.
Vacinar a mãe lactante é proteger duas ou mais pessoas
A jornalista explicou que a luta desse movimento não é apenas para as mães, mas para os bebês e outras pessoas.
De acordo com Lis, pesquisas desenvolvidas ao longo do ano de 20201, com lactantes que tomaram vacina de mRNA (Moderna e Pfizer), comprovam que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno sem riscos para o lactente, o que garante a imunização de duas pessoas a partir de uma única dose de vacina.
“Essa se mostra uma estratégia de imunização eficiente e econômica, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno, cuja média de tempo no Brasil é de apenas 54 dias, ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconize o aleitamento até pelo menos dois anos. Uma luta de mãe pra mãe”, concluiu.