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“Subiu na vida porque estava com um homem”; o machismo por trás dos ataques contra uma mulher bem sucedida

Foto: Internet

Uma mulher bem sucedida incomoda muita gente. Uma mulher que trabalha (não importa em quantos empregos) e se sustenta, incomoda muito mais. Em pleno século 21, encontrar uma mulher que conseguiu crescer na vida por causa dos seus méritos é ‘estranho’ para algumas pessoas. E isso faz com que essas pessoas tentem menosprezar o trabalho daquela mulher.

“Subiu na vida porque fez sexo com alguém importante”; “É puta”; “Todo mundo sabe que ela tem um caso com fulano de tal”. Somos chamadas de putas, amantes e burras. Sim, porque ainda tem isso: nossa inteligência é colocada em xeque quando ‘crescemos’ na vida. Afinal, mulher parece que não tem competência para liderar.

Mas por qual motivo não estamos acostumados a uma mulher bem sucedida? Historicamente, os homens comandavam praticamente tudo. Hoje em dia, as mulheres estão mais independentes e trilham o seu próprio caminho. Isso não deveria assustar. Pelo contrário, deveria ser celebrado por todos.

No meio jornalístico isso não é diferente. Ainda na faculdade, escutava muito: “Fulana é repórter de TV porque ficou com o editor-chefe”. Formada, não foi diferente. Além de escutar barbaridades que falavam de outras colegas de profissão, eu também fui alvo desse machismo escroto (vindo de mulheres e homens). Sim, as mulheres também são machistas.

Sei da minha competência. O quanto trabalho para pagar minhas contas e levar uma vida digna. E sei quantas mulheres também passam pelo mesmo que eu. Infelizmente, neste país em que vivemos, a gente precisa se virar nos 30. E se isso for se dividir em mil para ter vários empregos, nós vamos fazer. E se hoje, nós estamos em cargos de chefia é porque merecemos. Só nós sabemos das nossas dores e delícias.

Precisamos repensar essa ideia de que uma mulher chegou a determinado lugar porque precisou estar com um homem. Mais uma vez, bato na mesma tecla: o machismo está enraizado nas pequenas coisas. E se não combatemos, estamos sendo coniventes.

E não só o machismo. Mas, o mau-caratismo/inveja das pessoas que sentem prazer em ‘destruir’ a reputação de uma mulher. Aí te pergunto: Com qual finalidade? Vai mudar em algo na sua vida? Na verdade, quando você fala do outro, diz mais sobre você do que sobre ele.

Para essas pessoas que atacam e gostam de detonar uma mulher bem sucedida, o melhor caminho é a justiça. Porque quem fala o que quer também precisa ser penalizado. Mulher não é terra sem lei. Não se passa pano para mau-caratismo e machismo.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.