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A família da auxiliar de cozinha Mayara Sthefanny da Costa Nascimento, de 25 anos, que morreu na última quinta-feira (21), após um parto, fez um boletim de ocorrência contra a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Maceió. A família acusa a equipe médica da maternidade de negligência. Ao Eufemea, a tia de Mayara, Mineia Oliveira disse que a família está ‘indignada com tamanha crueldade’ e que “uma vida foi interrompida por negligência”.
Entenda o caso
Mayara estava na terceira gestação, que era considerada sadia. “Na última ultrassom, no dia 18 de outubro, vimos que o bebê estava em sofrimento porque ele se encontrava laçado e sem espaço por conta do tamanho”, disse a tia de Mayara.
No mesmo dia, Mayara e o esposo procuraram a Maternidade Nossa Senhora de Fátima. Lá, a equipe comunicou que ela estava com dois centímetros de dilatação e que o parto aconteceria dias depois.
Mais tarde, Mayara apresentou sangramento e retornou à maternidade. Segundo o esposo da vítima, José Wellison, não fizeram o exame do toque nela e disseram que o sangramento era normal.
Mas o casal decidiu ir à Maternidade Nossa Senhora da Guia. Lá, foi feito o exame e constatado que a dilatação era a mesma. O casal voltou para a casa.
No dia 20 de outubro, a bolsa estourou e Mayara foi internada para que fosse iniciado o parto normal. Com dor, Mayara foi levada à noite ao centro cirúrgico para que o parto ocorresse.
Entretanto, a auxiliar de cozinha foi para a UTI da Maternidade Santa Mônica com quadro grave de hemorragia intrauterina. Ela teve parada cardiorrespiratória e precisou de ventilação mecânica. No dia 21, por volta das 11h, ela faleceu.
“Nós ficamos nos perguntando porque eles insistiram tanto em um parto normal mesmo a gestante sem passagem e com encaminhamento de que ela não poderia esperar. O que eles ganham com isso?”, questionou Mineia.
Bebê foi para a UTI
O bebê nasceu, mas está internado na UTI Neonatal do Hospital Veredas, por ter ingerido mecônio (as fezes do recém-nascido). Ele está entubado no hospital e o estado de saúde é considerado grave.
Por isso, além de fazer o boletim de ocorrência, a família vai denunciar o caso ao Conselho de Medicina e dar entrada na Defensoria Pública.
Outros casos
Após o caso de Mayara ganhar repercussão, outros casos vieram à tona. Um deles é de uma jovem e o filho que estão internados em estado grave, após, segundo familiares, “uma cesariana desastrosa” na unidade hospitalar.
“A tragédia do caso da minha sobrinha fez com que outros casos surgissem. Foram tantos casos abafados e foi necessário acontecer essa tragédia para que outras situações aparecessem”, concluiu Mineia.
A maternidade
Em nota, a maternidade informou que uma equipe técnica está averiguando detalhes dos fatos narrados. Ela também garantiu que, neste caso específico, todos os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS) para a assistência materno-infantil foram seguidos.