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‘Falando em saudade’… Marília Mendonça, a rainha da sofrência feminina

O último show que fui da Marília Mendonça foi em Olinda, no ano de 2019. Não tenho como descrever o astral daquele show. Da primeira música até a última, Marília deu um show. Brincalhona, conversava com o público e fazia todo mundo ‘mergulhar’ nas suas canções. Ri, gritei, cantei e deixei o show com a certeza de que voltaria para outro. Mas não teve.

Marília Mendonça. Uma cantora importantíssima para o sertanejo feminino. Ela cantou e encantou. Participou da nossa vida mesmo que indiretamente. Ela representou as mulheres, amantes, santas, pecadoras… como bem escreveu minha amiga Vanessa Alencar.

Eu brincava dizendo que ‘queria ser corna’ só para ter que sofrer mais ainda com as músicas dela. Rainha da sofrência, mulherão da porra, empoderada. Marília não se declarava feminista, mas ela cantava sobre empoderamento feminino e liberdade sexual para as mulheres. Bebemos muito ouvindo, cantando e sofrendo com ela.

Marília “esteve presente” através das suas canções em muitos momentos da minha vida. Cantávamos a música ‘Infiel’ para uma amiga; no karaokê sempre escolhia uma música dela para cantar; sexta-feira colocava Marília Mendonça para animar. E na época mais dura da pandemia? As lives dela me animaram em vários momentos.

Marília, perder você é como perder uma amiga que sabia de todos os nossos podres. Todos nós estamos sentindo a sua ida precoce. Todos nós vamos dormir tristes, e reflexivos. Até questionamentos, eu sei.

Mortes assim nos mostram que só temos o agora porque não sabemos o que virá.

Obrigada por ter sido essa mulher incrível.

Falando em saudade…

Já estamos sentindo a sua falta.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.