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Mulher, você merece um amor leve

O amor é leve. Não aprendi isso em nenhum livro ou manual, apenas aprendi na prática. Cresci num lar marcado pela falta de respeito, gritos, brigas e ciúmes. Se eu via esse modelo de relacionamento entre meus pais, qual seria o modelo de relação que eu atrairia anos depois?

A minha ‘sorte’ é que, segundo minha psicóloga, sempre fui uma pessoa de ressignificar situações. E foi assim que percebi que não iria querer uma relação tóxica, abusiva, doentia. Confesso que até vivenciei algumas relações não saudáveis. Mas foram rápidas, passageiras. Serviram para que eu aprendesse ao que não permitiria mais na minha vida.

Mais cedo eu conversava com um amigo e contei para ele que no início do meu namoro não teve pedido formal. Nós simplesmente sabíamos que o certo era estarmos juntos. Não teve nada daquilo que eu idealizei para o meu primeiro namoro. Simplesmente aconteceu. Quebrar a idealização do que eu havia sonhado foi difícil.

E veio de uma leveza tão grande que entrei em conflito. Por muitas vezes, cheguei na sessão de terapia achando que meu relacionamento tinha algum problema: era calmo demais. Aprendi na terapia que relacionamentos saudáveis também nos causam conflitos, principalmente quando você cresceu com uma base totalmente arruinada.

Entrei me questionei: Como assim o amor é leve? Meu relacionamento não tem ciúme excessivo, brigas intensas, puxões de cabelo ou proibição. Quando chego cansada em casa e digo que estou um caco, ele faz meu jantar. No final de semana chorei dizendo que estava acima do peso e ele me disse: ‘Vamos ajeitar sua comida’. Se estou querendo ficar sozinha, ele me respeita.

No amor não há espaço para brigas, preconceitos, orgulho, traição. Quando converso com alguém que está iniciando um namoro ou que está ‘sofrendo’ por causa de uma pessoa, eu desejo do fundo do meu coração que essa pessoa saia dessa e encontre um amor leve.

Mulher, você merece um amor leve. Desses que acalma teu coração e te faz ter a certeza de que não precisa ter preocupação, sabe? É assim que deve ser. Se alguém te ensinou diferente disso ou se você, assim como eu, cresceu num ambiente assim, transforme essa imagem do amor. Comece pensando que tipo de relação desejas e qual te faria feliz.

Posso te garantir: não existe nada mais feliz do que morar na leveza.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.