A influencer Eduarda Martins, 24 anos, denunciou ter sido dopada e estuprada após um encontro com um turista de Brasília que estava visitando Maceió. Ela divulgou o caso nas redes sociais e vem recebendo uma série de ‘ataques’ de internautas. Segundo a advogada e presidente da Associação Para Mulheres (AME), Júlia Nunes, essas pessoas estão sendo cadastradas e responderão por crime contra honra.
O caso
Segundo a influenciadora, ela tinha marcado um encontro com ele em um bar na orla da capital. No bar, ela disse que bebeu três copos e depois de um tempo já não lembrava de nada.
Em relatos feitos no Instagram, Eduarda disse que acordou no sofá da casa de um desconhecido, e que não se recorda de como chegou lá.
Ainda segundo a influencer, ela acordou sem calcinha, com lesões nas partes íntimas. Além disso, Eduarda contou que teve seus pertences furtados.
“Fiquei com hematoma no peito e a parte íntima machucada”, disse.
Eduarda relatou ainda que devido à insistência do homem em não devolver os seus pertences, ela voltou ao apartamento dele acompanhada da polícia e pegou seus objetos.
“No momento em que cheguei em casa e percebi que estava sem calcinha, me senti nojenta, eu me senti como se meu corpo tivesse sido invadido. Inclusive, havia lesões nas regiões íntimas. Quando eu deito na cama, sinto como se fosse ele por cima de mim”, diz um trecho do seu relato.
A jovem registrou Boletim de Ocorrência na 1.ª Delegacia Especial da Mulher, no Centro de Maceió. Ela também foi submetida a exames no Hospital da Mulher e terá acompanhamento psicológico. A delegada Maria Angelita foi designada pela Delegacia Geral da Polícia Civil, sob o comando do delegado-geral da Polícia Civil, Carlos Reis, para apurar o caso.
Após denunciar o que aconteceu, Eduarda começou a receber várias mensagens nas redes sociais de pessoas contra ela. Segundo a advogada Júlia Nunes, essas pessoas estão sendo cadastradas.
“Todas aquelas que tentaram ridicularizar a Eduarda, quero avisar que nós vamos tomar as medidas cabíveis. O agressor vai responder por furto e estupro. E as pessoas que estão fazendo isso para atingi-la, responderão por crime contra a honra”, explicou.
Defesa diz que homem é inocente
A advogada Graciele Queiroz disse que o seu cliente, que prefere não ser identificado, e Eduarda Martins se conheceram por meio de um aplicativo de paquera, marcaram um encontro em um bar, onde se conheceram pessoalmente e ficaram juntos, inclusive na presença de amigos do rapaz, que é de Brasília.
Ainda segundo a advogada, o casal ficou no bar das 14h50 até às 19h30. Após esse tempo, eles foram para a residência do rapaz onde teriam tido relações sexuais de forma consensual. Ambos dormiram e ele acordou horas depois, atrasado para ir a um show.
“Ele acordou, tomou banho e a acordou, avisando a ela que precisava ir para um show. Ela pediu que ele a levasse em casa. Pegaram um Uber e, no meio do caminho da casa dela, ela perguntou por sua bolsa. Ele então disse que não sabia, que se não estivesse no bar, estava na casa dele, e que, caso estivesse lá, ela poderia pegar no dia seguinte, pois ele estava atrasado. No entanto, ela sabia onde era a casa e tinha o contato dele. Ela então pediu para que ele ligasse para o celular dela e ele ligou. Temos o registro dessa ligação feita entre as 23h15 e 23h20”, contou a advogada com base no depoimento do seu cliente.
Graciele relatou que no sábado (1º), ao acordar, seu cliente percebeu uma ligação não atendida e retornou. Era de uma amiga de Eduarda, que se identificou como “Núbia” e disse que pegaria as coisas dela. Segundo a advogada, o jovem passou o endereço, mas a amiga da influencer não apareceu. Por volta das 15h, o homem ligou para amiga de Eduarda, questionou se ela não estava precisando de suas coisas e se ofereceu para levar onde “Núbia” estava.
“Ele foi ao local onde a amiga da Eduarda estava e entregou as coisas dela, inclusive tinha outras pessoas com ela, no local onde ele entregou a bolsa”, diz Graciele, contrariando a versão dada por Eduarda, de que ela foi buscar as coisas, acompanhada pela polícia, na casa do rapaz.
“Nada do que ela relatou procede, ela não estava sem calcinha. Temos prova até testemunhal que viu quando ela saiu da casa. As câmeras vão mostrar como ela estava. Ela abraçava, beijava, brincava com ele. Saiu do bar andando e conversando normalmente, entrou e saiu da casa dele da mesma forma […]. Tem muita prova sendo juntada, mas como o caso corre em segredo de Justiça, tem muita coisa que não dá para falar neste momento. Mas, a delegacia já está investigando e a gente vai observar um novo desfecho dessa história”, afirmou a advogada.
“O caso mais parece uma campanha de marketing digital onde se busca engajamento, likes, seguidores e compartilhamento, do que uma apuração policial séria. Todas as informações prestadas nas “lives”, nos “posts em cachoeiras” e nos “desabafos” serão facilmente desmentidas pelas imagens das câmeras de segurança, do bar onde eles se conheceram, desmentindo inclusive a versão de que eles já se conheciam, eles apenas haviam conversado pelo aplicativo de encontros”, continuou a advogada.