Colabore com o Eufemea

Minha experiência com o Diu de cobre: “Não foi nada daquilo que me falaram de dor”

Foto: Internet

O Diu nunca foi a minha primeira opção. Sempre que falavam sobre métodos contraceptivos, o anticoncepcional era o mais indicado no meio de amigas e até por ginecologistas. Usei anticoncepcional durante alguns meses em anos diferentes e a queixa sempre foi a mesma: muita dor de cabeça, enjoo, dores na perna e a perda da libido.

Quando comentava sobre essa perda da libido, as mulheres diziam que era coisa da minha cabeça. Mas foi buscando me aprofundar mais nesse assunto que encontrei diversos comentários de mulheres que afirmavam: a libido tinha praticamente sumido. Era péssimo. Achava que o problema estava comigo, mas a verdade é que o anticoncepcional sempre foi um veneno para mim.

Anos depois, usei roacutan e precisei voltar a tomar anticoncepcional. Foi uma péssima decisão. Passei mal, voltei a ter dores de cabeça e no corpo. Fui para a minha ginecologista que perguntou: “Vamos colocar um diu?” e me explicou sobre todos os benefícios. Aceitei, senti segurança e ela me encaminhou para fazer alguns exames.

Só que quando eu comentava com algumas pessoas sobre o DIU, elas diziam que eu ia engravidar, que o método não era confiável e que sentiria muita dor. Sempre a mesma coisa. Pesquisei bastante, li e me informei. Existem vários casos de pessoas que engravidaram usando diu, anticoncepcional, camisinha…É aquela famosa frase “quando tem que acontecer”.

Só que eu percebi que muitas mulheres propagavam fake news porque nem elas sabiam como o método funcionava. Algumas sequer ouviram falar sobre.

O dia da inserção

Meus exames deram todos ok e eu marquei o dia para colocar o diu. Como tenho plano de saúde, não paguei nada. A médica faz a solicitação, você assina um termo e ela envia para o plano que autorizou rapidamente (fiquei até chocada).

Quando o plano autoriza, você marca a ginecologista. No meu caso, precisei pegar o diu para levar no dia. O meu foi o de cobre (existem outros tipos).

No dia, estava bastante nervosa. Afinal, disseram que eu sentiria muita dor. Não tive nada. Na hora de colocar o diu tive uma sensação como se tivesse vindo uma cólica beeem leve e pronto. Nenhuma dor. O sangramento foi pouco e não tive cólica ao longo dos dias. O detalhe é que para colocar o diu é tão rápido que não dura nem 2 minutos.

A ginecologista pediu que após 20 dias fizesse uma ultra para analisar se o diu está bem posicionado e vida que segue.

Li uma reportagem incrível sobre uma médica que realiza mutirão de inserção pelo Brasil e ela disse algo que me chamou atenção.

“O DIU é reversível e tem um baixo custo. A gente glamuriza muito a laqueadura, mas é uma cirurgia. E a taxa de falha do DIU e da laqueadura são semelhantes. Então, já cai por terra aquela ideia de que só a laqueadura que é método de longa duração. As mulheres conhecem o DIU, mas ouvem falar muito mal. É muita fake news”, diz.

A minha experiência com o diu foi/está sendo positiva. Até agora, não tive nenhuma reação, cólica insuportável ou fluxo exagerado. Se você também não se sente bem tomando anticoncepcional, o meu conselho é que procure uma ginecologista e converse com ela sobre a possibilidade do diu. É uma boa opção e menos agressiva.

Lembrando que o diu é reversível. Ele é um método seguro, mas pouco conhecido. No entanto, lembre-se: cada caso é um caso e o corpo de cada mulher se comporta de uma forma diferente.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.