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Autocuidado x dependência: você sabe cuidar de si ou entrega isso para o outro?

Autocuidado é o poder que temos de cuidar de nós mesmos. Um poder que nem sempre reconhecemos e muitas vezes entregamos para outras pessoas. Isso pode ser um indício de que não sabemos como fazer isso sozinhos, configurando um processo de dependência.

Como psicóloga clínica, com foco em adultos e casais percebo uma frequente busca, consciente ou inconsciente do “alguém que cuide de mim”. Até certo nível essa busca é saudável e coerente. Somos feitos biologicamente para buscar conexão. Isso é um fator adaptativo fundamental buscado desde o nascimento. No entanto, a medida que crescemos tão fundamental quanto a conexão será a capacidade de autonomia e autocuidado.

Na visão da Terapia do Esquema* (TE), todos nós temos um adulto saudável dentro de si, com a força e poder para executar essa tarefa primordial: olhar e cuidar das nossas necessidades físicas, mentais e espirituais, porém esse modo de funcionamento saudável, muitas vezes, pode ser ofuscado ou pouco desenvolvido em nosso ser a ponto de não o encontrarmos facilmente.

E isso tem a ver com nossa visão de mundo, de quem somos, de nossas capacidades e possibilidades. Normalmente essa construção advém da nossa história de infância e de como foi proporcionado a nós o desenvolvimento de autonomia, segurança, senso de identidade e de valor, entre outras necessidades básicas emocionais essenciais.

Sendo assim, quem não tem um adulto saudável bem estruturado, pode gerar padrões de dependência ou simplesmente negligenciar suas próprias necessidades em prol da necessidade de outros e nunca achar motivos para se cuidar.

Um sinal é um alto índice de adoecimento físico não “justificado”, que chamamos de somatização. Perceber esse funcionamento é o primeiro passo para mudança. A ajuda psicológica pode ser fundamental no processo.

Avalie-se, como anda seu autocuidado? Como isso afeta as áreas da sua vida? Você se vê? Sabe o que precisa? Consegue se priorizar?

Sempre há tempo pra mudar!

Por: Natasha Taques Lemes Coutinho (CRP-15/6536)

*Terapia do Esquema: Abordagem da psicologia, integrativa, considera os componentes cognitivos e comportamentais bem como os emocionais, vivenciais e relação terapêutica.

Meu Instagram: @vinculos.psi

Referências:

YOUNG, J; KLOSKO, J; WEISHAAR, M. Terapia do Esquema: guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. São Paulo: Artmed, 2008.

ARNTZ, A; EDWARDS, D. Schema Therapy in Historical Perspective. In: BROERSEN, J; NADORT, M; VREESWIJK, M. The Wiley-Blackwell Handbook of Schema Therapy: Theory, Research, and Practice. Chichester: John Wiley & Sons Ltd, 2012.

BERNSTEIN, D; RAFAELI, E; YOUNG, J. Schema Therapy: Distinctive Features. London: Routledge Taylor & Francis Group, 2011. 

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Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).