Colabore com o Eufemea

Luto e depressão: psicólogas explicam como processo de perda é diferente para cada um

Alguns temas são mais difíceis de serem encarados, até mesmo para mim que carrego em minha história alguns processos de luto que foram muito significativos. Entendo como isso possa doer, mas tem uma frase muito linda do famoso Fred Rogers que traz esse tema para uma nova perspectiva: “A morte faz parte do nosso processo de humanidade e tudo que é humano é mencionável”.

Sendo assim, trago hoje para falar com vocês, uma pessoa muito especial que trabalha esse tema com muita propriedade: Huíla Clapp é Psicóloga Clínica – CRP 15/5673, Terapeuta do Esquema, Pós-graduada em Tanatologia, e nos apresentará essa importante temática sobre a luz da ciência da sua pratica clínica.

Luto

Quando pensamos em luto é comum se pensar apenas no luto por morte, mas este processo na verdade acontece também diante da perda de algo significativo, como por exemplo: um relacionamento, emprego, status social, um pet.

Naturalmente, perdas despertam medo, angústia, solidão, dor, tristeza, raiva, culpa… E precisam de tempo para serem elaboradas. A forma como cada um de nós irá reagir a elas dependerá de muitos fatores, tais como: desenvolvimento cognitivo e emocional, dinâmica familiar, circunstância da perda, vínculo com a pessoa que se perdeu.

Um processo natural a uma transição existencial

O luto nos impõe uma profunda transição existencial, como por exemplo: O antes marido, agora viúvo;  a antes engenheira por 40 anos, agora aposentada.

Ao pensarmos nas reações em decorrência de uma perda e em todas as áreas que ela irá repercutir – da fisiológica a psicológica – entendemos o luto como um processo de crise que demanda grande investimento do enlutado para elaborá-lo. Tendo ele o desafio de reestruturar-se frente à nova realidade.

É natural que a perda cause um humor deprimido e um desinteresse temporário das atividades cotidianas. Porém, quando esse período se prolonga, tornando-se um obstáculo para superação, um sinal de alerta deve ser acionado.

Luto complicado e Depressão

Quando o sentimento de tristeza não passa e outros começam a surgir, tais como apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectiva ou prazer pela vida, estamos diante de um quadro de luto complicado, também chamado de luto patológico ou crônico.

Em geral, indivíduos que estão vivendo esse tipo de luto tendem a se reconhecer incapazes de superar a perda ou de darem conta da própria vida, podendo acarretar outros problemas de saúde, afetar outras áreas da vida do enlutado e suas relações profissionais e sociais.

Transtornos depressivos podem surgir após perdas significativas. Porém, nem todo luto complicado terá como comorbidade a depressão, mas de modo geral são indivíduos que preenchem critérios para transtornos depressivos.

Buscar ajuda profissional especializada num momento de profunda dor é a possibilidade de seguir em frente “apesar de”, de se reconstruir, redescobrir e existir na falta.

Por Huíla Clapp – Psicóloga clínica – CRP 15/5673; Terapeuta do Esquema; Pós-graduada em Tanatologia; atende adulto e idosos.

Instagram: psicologahuila

Estou no Instagram: @vinculos.psi

Natasha Taques

Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).