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Técnica de enfermagem, ela ficou 59 dias em coma, venceu a covid e retornou ao trabalho: “Ser útil na vida é a satisfação mais feliz que a gente pode ter”

Nesta sexta-feira (20), é celebrado o Dia do Técnico e do Auxiliar de Enfermagem. O Eufemea traz a história de uma técnica de enfermagem que atua há quase 20 anos na profissão e que renasceu após passar mais de 50 dias internada em coma em um hospital de Maceió por causa da covid-19.

Íris Vitorino dos Santos, 67 anos, atua como técnica de enfermagem há 19 anos e, atualmente, é funcionária pública na Maternidade Escola Santa Mônica e faz parte do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren/AL).

Em abril de 2020, ainda no início da pandemia, ela teve covid-19 e passou 59 dias internada em coma em um hospital de Maceió. Ela foi a primeira a adquirir a doença no setor onde trabalha. “Me afastei quando peguei covid e três dias depois já estava intubada no hospital”.

A profissional foi traqueostomizada e até hoje sofre com as sequelas da doença. “Ainda estou tratando a minha voz, fazendo fisioterapia, sendo acompanhada com fonoaudiólogo, entre outras situações”.

Em 22 de junho de 2020, Íris recebeu alta do hospital, mas precisou seguir com os cuidados. Ela ficou quase seis meses sendo acompanhada por sua família na residência onde mora, pois não tinha condições de ficar sozinha.

Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado neste mês de maio, metade das pessoas diagnosticadas com covid-19 apresentam sequelas que podem perdurar por mais de um ano. Os sintomas pós-infecção é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “covid longa“.

Atualmente, semanalmente ela precisa realizar tratamento com diversos especialistas médicos, como pneumologista, nefrologista, cardiologista e dermatologista. Além disso, a técnica precisa fazer fisioterapia nas regiões inferiores, mas já conseguiu recuperar a parte superior do corpo.

Ela conta que os danos da doença não ficaram apenas na parte física. “Emocionalmente, eu fiquei muito debilitada e estou fazendo terapia psicológica para me recuperar”.

“Foi um período muito difícil. Passei um ano e dois meses de licença médica. Não foi fácil, eu não desejo para o meu pior inimigo que eu passei. Mas, apesar das dificuldades, eu venci o covid e ele não me venceu”, reforçou.

Vida pós-covid

Para a técnica, o dia em que saiu do hospital foi de muita alegria, apesar das dificuldades.

Por ter adquirido a doença ainda no início da pandemia, Íris fala sobre a satisfação ao receber a notícia sobre o começo da vacinação. “Eu saí correndo para tomar. Podem me dar 1, 2 ou 3 doses. Vou tomar quantas forem necessárias”.

Apaixonada pela área em que atua, mesmo com todas as dificuldades, aos 67 anos, Íris optou por não desistir e hoje está fazendo graduação em Enfermagem. “Ser útil na vida é a satisfação mais feliz que a gente pode ter”.

“Sempre gostei de estar na sala de aula e como eu já estava com vontade de estudar, aproveitei esse momento. Foi um problema que acabou me motivando”, concluiu.

Maria Luiza Lúcio

Maria Luiza Lúcio

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