Esgotamento e exaustão emocional durante a maternidade são os principais sintomas do burnout materno, termo utilizado para mães sobrecarregadas que sentem cansaço e estresse crônico. Ao Eufemea, a psicóloga clínica e educadora parental, Ana Raphaela Novaes, explica sobre esse esgotamento que atinge as mulheres.
A psicóloga afirma que o burnout materno pode resultar em explosões de raiva, agressões verbais, físicas e negligência com o filho. “É um grande fator de risco também para essa criança, que está vivendo nesse ambiente”, alerta.
O distanciamento emocional com o filho, sensação de realização pessoal comprometida relacionada à maternidade, sentimento de infelicidade e comparação com outras mães, são os principais sintomas da síndrome que atinge mulheres sobrecarregadas.
A especialista afirma que o diagnóstico da síndrome é realizado em consulta com o psicólogo ou o psiquiatra, que irá avaliar os sintomas apresentados pela paciente.
Burnout materno
Ana Raphaela conta que a Síndrome de Burnout está associada ao esgotamento por excesso de trabalho, onde é registrado exaustão física, emocional, sentimento de incompetência, falta de realização e queda na produtividade. Já o materno é caracterizado pela exaustão física e mental ao cuidar da casa, dos filhos e da carreira.
“Atualmente não existem evidências e estudos que tragam o conceito de burnout materno. O termo é utilizado como uma associação por apresentar sintomas próximos à Síndrome de burnout”, explica.
Rede de apoio é essencial
Para a educadora parental, é necessário oferecer uma rede de apoio para auxiliar a mãe de maneira integral. Ela pontua a importância que a família esteja presente em exames de rotina médica e no acompanhamento da criança.
Além disso, ela destaca a importância de ampliar as informações sobre o assunto para que mães com os sintomas busquem ajuda psicológica para a síndrome. “Muitas vezes são mães que estão sofrendo dentro de casa com a criança, achando que não tem saída, quando tem sim”, destaca.
Para Raphaela, as mães que estão sobrecarregadas não conseguem entender que o filho possui necessidades e negligenciam o cuidado e atenção. “Por isso, a mulher vive um processo prejudicial não só para ela como também para esta criança que está em desenvolvimento”, conclui.