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Dificuldade para perder peso? Você não está sozinha!

Emagrecer. Por qual motivo parece, de vez em quando, que atingir esse objetivo pode ser tão difícil? A Organização Mundial da Saúde aceita o parâmetro do Índice de Massa Corporal (IMC) como uma média classificativa de peso considerado saudável ou não para a população.

Segundo essa linha, temos pessoas com peso acima do considerado saudável que podem variar entre uma questão de sobrepeso até uma obesidade mórbida. Cada situação apresentará graus de dificuldades e prejuízos diferentes na vida do indivíduo.

Quando olhamos no aspecto psicológico, não se pode dizer necessariamente que quanto maior o peso maior a dor e sim que quanto menor a autoaceitação, quanto maior a preocupação com padrões sociais, a presença de transtornos de humor ou transtornos alimentares, isso sim aumentará a dor envolvida no processo.

A autoaceitação tem raiz na construção primária do nosso self, como fomos aceitos e amados pelo que éramos na infância e adolescência, ou o quanto foi exigido que mudássemos algo em nós mesmos, quanto nos foi permitido desenvolver uma autonomia na expressão do nosso ser de forma validante e segura, construindo uma boa orientação do que sou e do que gosto e valorizo em mim. Quais modelos internalizados de autoaceitação tivemos?

Quando isso não está bem estabelecido o sentimento de satisfação consigo mesmo não é possível, mesmo se você conseguir emagrecer o que sente precisar, outra falha “inaceitável” no seu corpo será seu foco. A pergunta aqui então é: eu me amo e me aceito, mas não estou na minha melhor forma? ou, Eu não consigo me amar?  Eu nunca sou boa o suficiente?

A preocupação com aprovação e aceitação social é um outro ponto chave que está estabelecido na nossa cultura e envolvem múltiplas cobranças e exigência de uma preestabelecida aparência perfeita, muitas vezes inalcançável, fortemente difundida. Então aqui a pergunta é Para quem quero emagrecer? Compreendo o valor que isso tem na minha vida? O quanto isso é necessário pra mim? Quais benefícios busco? O que busco é real?

Diante desses questionamentos base, cada pessoa com sua necessidade de perder alguns ou muitos quilos pode estar sentido dificuldade em conseguir alcançar suas metas. Sempre que os esforços estiverem sendo constantemente frustrados algumas avaliações precisam ser feitas para além do processo físico, fisiológico e alimentar, alguns transtornos como ansiedade, TDAH, compulsão alimentar, depressão, entre outros podem estar atrapalhando seu processo e uma avaliação psicológica e psiquiátrica pode ser o diferencial no seu resultado.

Não podemos desconsiderar que cada indivíduo estabelece de acordo com sua história uma relação diferente com a comida. Essa relação precisa ser vista, comida não nutre apenas o corpo, mas também a nossa “alma”, aquele docinho que a vovó fazia pra você, aquela lasanha da mamãe carregada de afeto, os biscoitos que papai trazia sempre que voltava do trabalho, memórias afetivas e reparentalizadoras, momentos de socializar e confraternizar, nossa criança feliz precisa de nutrição sim!

O equilíbrio das necessidades físicas, emocionais e sociais precisa ser avaliados e, você não está sozinho nisso! Conte com profissionais especializados, conte com as pessoas que você ama e convive para que eles compreendam suas necessidades e te apoiem. Um processo difícil não precisa, nem pode ser solitário.

Eu particularmente confesso que demorei um pouco a compreender tudo isso, como uma construção multidisciplinar, negligenciei alguns aspectos e nunca conseguia meu objetivo. Hoje revi minha relação com meu corpo, com meus alimentos, com os exercícios e com minha ansiedade que eu nem percebia ser a “pedrinha no sapato”.

E estou em processo, tranquila e feliz no caminho com mais ajuda, mais consciência do que realmente é necessário pra mim, sem me apegar a um padrão externo e com uma boa análise do preço que quero ou não pagar por isso. Espero que esse texto possa trazer alguma reflexão e ajude a você compreender sua real necessidade e buscar supri-la. 

Estou no Instagram: @vinculos.psi

Natasha Taques

Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).