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“O filho dela viu o crime e conta como o pai agiu”, diz irmã de vítima de feminicídio em Arapiraca

“Meu sobrinho viu o pai matar a mãe e conta exatamente como o pai agiu”. Quem conta isso é Ingrid Belo, irmã de Daniela Fernanda Silva Belo, 29 anos, morta a facadas pelo esposo na última terça-feira (19), em Arapiraca. Ao Eufemea, Ingrid revelou que o acusado tinha dado “dois meses” para que Daniela se ‘ajeitasse’. “Ele achava que minha irmã estava aprontando algo, mas ela não estava”.

Diego Fernandes Lira da Silva, 32 anos, tinha um relacionamento de 16 anos com Daniela. Segundo a irmã, a relação era tranquila, até que mudou. “Ele começou a proibir minha irmã de sair e reclamava quando ela ia para a academia”.

Ingrid disse que o ciúmes de Diego estava tão exagerado que Daniela pediu para ir ao aniversário da irmã e ele não deixou. “Minha irmã não estava fazendo nada de errado, ela só não estava fazendo o que ele queria: ser capacho dele”.

Ela também confirmou ao Eufemea que Daniela enviou uma matéria de um caso no Paraná (o homem matou a esposa e os filhos, e depois se matou) e disse que temia que acontecesse algo parecido com ela.

Na terça-feira (19), Diego matou a esposa a facadas na frente dos filhos – de três e cinco anos -. Logo após o crime, Diego enviou um áudio para a irmã de Daniela dizendo que tinha matado a esposa e fugiu do local.

Durante a fuga, ele jogou o veículo contra um caminhão de maneira proposital e morreu na hora.

A família está devastada, mas de acordo com Ingrid eles estão criando forças para cuidar das crianças.

“A prioridade é cuidar deles. Principalmente do mais velho que viu tudo e conta como o pai agiu. Não está sendo fácil, mas creio que minha irmã vai me ajudar para continuar sem ela”.

A filha mais nova presenciou a morte da mãe, mas não ‘entendeu’ o crime. “Ela estava na hora, mas não entende o que aconteceu. Já o mais velho diz que o pai matou a mãe”.

A dor é grande, mas Ingrid disse que quer lembrar da irmã como uma pessoa forte e corajosa. E reforça que Daniela “estava na melhor fase da vida dela”.

“Ela começou a trabalhar desde cedo para ter uma vida melhor, tudo que ela fazia prosperava, muito dedicada, inteligente uma pessoa do coração gigante. Sempre foi muito vaidosa, gostava de estar sempre arrumada. Tinha um amor imensurável pelos filhos, ela estava na melhor fase da vida.”, conclui.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.