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Mulheres relatam como lidaram após descoberta do câncer de mama: “valorizei mais a vida”

O mês de outubro é marcado por ações relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama com o objetivo de promover conscientização. Ao Eufemea, pacientes relatam como descobriram o câncer e como elas lidaram com a doença.

A artesã Maristela Araújo, de 61 anos, conta que recebeu o diagnóstico de câncer de mama após perceber a presença de um nódulo na região da mama. Ela foi para uma oncologista que solicitou a biópsia da mama que constatou a presença do câncer.

Foto: Cortesia ao Eufemea

“Eu tomei um choque, fiquei sem chão! Quando a gente descobre um câncer assim é difícil”, lamenta a artesã.

Ela disse que ao descobrir da doença sentiu desespero, tristeza e medo. Foi através do apoio e amor da família que Maristela encontrou forças para enfrentar o novo desafio em sua vida.

“Meus filhos me deram muita força. Foi o momento que precisei deles e estavam presentes. Eu senti muito amor e isso me deixou mais forte. O amor é muito importante em um momento do tratamento tão difícil”, comenta.

Para ela, a maior dificuldade enfrentada com a doença foi a quimioterapia, onde sofreu com autoestima baixa devido à queda de cabelo e cansaço físico. No entanto, o momento de dificuldade trouxe lições e reflexões para a artesã.

“Eu me apeguei mais à vida, valorizei mais a vida, busquei a Deus. Busquei não pensar no dia de amanhã e viver o agora, viver esse momento, cada momento que eu passo com a minha família, com esse amor, com esse carinho e com esses amigos”, comemora.

Araújo destaca ainda a importância de campanhas alusivas ao Outubro Rosa e a prevenção ao câncer de mama.

“É importante conscientizar a mulher a se tocar, ter consciência de que um caroço não é besteira. Ao se tocar você está pensando na sua família, pensando em seus familiares”, afirma.

“Estou aprendendo com a vida”
Foto: Cortesia ao Eufemea

Já a professora universitária e nutricionista, Theresa Siqueira, 48 anos, conta que a descoberta do câncer de mama aconteceu através do exame de mamografia.

Ela relata que costuma realizar a mamografia regularmente, assim como o autoexame. No entanto, devido a um problema uterino forte, que provoca hemorragias intensas e se agravou entre 2018 e 2020, Theresa precisou priorizar o tratamento da doença e deixou de realizar algumas mamografias. “Tive que priorizar a cirurgia de retirada do útero (histerectomia)”.

Ela afirma que tudo mudou em sua vida após a descoberta do câncer. “Sou professora da saúde e realizo muitas atividades sobre prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, incluindo as diversas formas de câncer. Então conheci muitas pessoas que enfrentaram diversos tipos de cânceres. São muitos os tratamentos que existem hoje”, destaca.

A professora comenta que um dos pontos sempre citados em suas aulas é que cada doença é uma experiência singular. “Hoje estou aprendendo com a vida. São casos singulares que depende de cada pessoa”.

Segundo Theresa, o apoio dos profissionais de saúde tem sido muito importante. “A psicóloga e as médicas que estão me atendendo são maravilhosas (mastologista, oncologista e cirurgiã plástica). Elas me ensinam em cada consulta que cada dia tem a sua preocupação”, explica.

Diagnóstico precoce e exames

Foto: Cortesia

De acordo com a médica oncologista Patrícia Amorim, a realização dos exames de mamografia é fundamental para a detecção precoce da doença. Ela pontua que com o diagnóstico precoce, as cirurgias se tornam menos invasivas, facilitando a recuperação e atividades do cotidiano.

“O diagnóstico é importante para diagnosticar tumores cada vez menores e com isso cirurgias menores. Assim, a paciente mulher volta à vida e às atividades domésticas e de trabalho fora do lar mais rápido e com menos sequelas”, explica.

Orientações

Amorim pontua que de acordo com a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Fenama), a mamografia deve ser iniciada aos 40 anos, em idade menor, se apresentar algum sintoma. Já no Ministério da Saúde do Brasil, a recomendação é entre 50 e 60 anos.

A oncologista informa que existe uma lista de orientações que as mulheres podem realizar para prevenir o Câncer da Mama, são elas: praticar atividades físicas regulares; ter uma alimentação saudável e equilibrada pobre em gorduras e açúcares, sem adição de hormônios; reduzir o estresse do dia a dia; fazer o autoexame das mamas e fazer exames de mamografia regularmente após os 40 anos ou antes se detectar algum nódulo; evitar cigarros e outros tipos de fumo; evitar bebidas alcoólicas; amamentar sempre que possível e ter cuidado com a reposição hormonal.

Rebecca Moura

Rebecca Moura

Estudante de jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas. Colaboradora do portal Eufêmea.