Os distúrbios gastrointestinais são comuns em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), como inflamação intestinal e alergia alimentar, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Pensando nisso, o Tal do Pão, criado pela gastróloga Ane Câmara, nasceu com a proposta de oferecer aos clientes pães inclusivos.
Uma pesquisa coordenada pela professora Danielle Alice Vieira da Silva, do Centro Universitário Tiradentes de Alagoas, mostra que 64,1% das crianças observadas registraram excesso de peso e 84,2% delas apresentaram alterações gastrointestinais, como constipação crônica, diarreia, dor e distensão abdominal.
O estudo foi realizado entre março e maio de 2018 com 39 crianças, de três a dez anos, que frequentavam uma associação de apoio a autistas, em Maceió.
Alimentação inclusiva
Ao Eufemea, a gastróloga e sócia-fundadora do Tal do Pão, Ane Câmara, explica que atende com frequência mães e pais de crianças com TEA.
“Desde que a primeira mãe de uma criança com TEA nos procurou, temos estudado a respeito. Busco informações em periódicos científicos e sempre converso com amigas nutricionistas”, conta.
Para ela, a alimentação inclusiva é essencial para uma vida confortável, acolhedora e segura. “Pessoas que têm restrições alimentares ou optam por um estilo de vida em que não consomem alguns insumos sabem, por exemplo, o quanto é difícil estar presente e se sentir bem-vindo em diversos eventos sociais”, expõe.
A gastróloga relata que é celíaca há mais de 15 anos, e a dificuldade de encontrar pães sem glúten e saborosos era imensa. Por isso, ela decidiu se especializar na produção de pães inclusivos, incluindo a necessidade de pessoas com outras alergias alimentares, como lactose, ovos e soja.
“O nosso público são as pessoas celíacas e APLV, intolerantes à lactose, alérgicos à soja, ao ovo, pessoas veganas, mães de bebês , pessoas com TEA e pessoas que buscam uma alimentação saudável”, diz.
Ela informa que o Tal do Pão produz pães sem glúten, sem lactose, sem ovos, sem soja e veganos. “Garantimos um produto seguro, sem o risco de contaminação cruzada”, conclui.
