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Tornar-se adulto: como lidar com essa fase evolutiva?

A adolescência apresenta muitos desafios. Um deles é a aproximação da vida adulta. Para falar dessa fase evolutiva tão importante convidei a psicóloga Lara Moraes Theotônio (CRP 15/6556) que traz a sua visão clínica e experencial.

Existiu uma época onde ser adulto se resumia a trabalhar e formar uma família, o caminho era único. Ao sair do colégio, você iria encontrar um bom trabalho, casar com seu/sua parceiro(a), mudar-se da casa de seus pais e ter filhos. E hoje, qual é o caminho?

É possível ser adulto sem trabalhar? Sem casar? Sem ter filhos? Sem ir pra faculdade?

A vida tornou-se tão cheia de possibilidades, que não existem mais caminhos pré-definidos e, da mesma forma, não existe uma só maneira de ser adulto. Temos diversos exemplos na mídia de pessoas de sucesso que desistiram da faculdade, não pensam em ter filhos e são solteirões convictos. Então como guiar os jovens no caminho para a vida adulta?

Enquanto psicóloga, posso garantir que podemos e devemos aconselhar, pesar prós e contras de cada decisão, dedicar um tempo para investigar as possibilidades e discutir direções com os adolescentes… Porém, é ponto comum entre os estudiosos que para tornar-se adulto a independência ainda é inegociável, e essa só vem com a autonomia e responsabilidade que construimos ao desbravar nosso próprio caminho.

Dentro do processo de Orientação Profissional (Vocacional), separar junto com o adolescente o que é desejo dele e o que é da família é, por vezes, um desafio tanto para filhos como para os pais.

Os primeiros em uma idade tão nova, precisam se perguntar o que realmente desejam e analisar o futuro dentro do que conhecem sobre suas habilidades, seus objetivos de vida, o mercado de trabalho, o aspecto financeiro, papeis sociais, valores… Já para os últimos, largar o controle e aceitar que ali não desbravamos o caminho, mas seguimos de lado para mostrar obstáculos, ajudar em uma queda e comemorar pequenas e grandes vitórias.

Então, deixo aqui a reflexão que costumeiramente faço aos pais de meus adolescentes: ao invés de focar tanto em acertar, talvez possamos contribuir mais pensando como vamos lidar com os erros. Não só acolhê-los como parte da vida, mas permitir que alguém que amamos faça as escolhas erradas, mude de ideia e aprenda na experiência. Afinal, é assim que crescemos.

@laramoraes.psi (CRP 15/6556)

Estou no Instagram: @vinculos.psi
Natasha Taques

Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).