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Amanda Ayres: Empreendedora conta trajetória e como reinventou projetos através da Lei de Incentivo à Cultura

Formada em publicidade e com pós-graduação em produção de eventos, Amanda Ayres é empreendedora, mãe de duas crianças (um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano) e atua no mercado alagoano há mais de 15 anos no segmento de eventos. Assim como muitas mulheres que empreendem, Amanda enfrentou inúmeros desafios até se consolidar.

Ao Eufêmea, ela conta como passou a fazer parte do setor, sua trajetória e de que forma encontrou na Lei de Incentivo à Cultura uma maneira de reinventar seus projetos.

Segundo Amanda, sua carreira no empreendedorismo começou em 2007, quando trabalhava de forma freelancer para algumas empresas. “Tive a oportunidade de trabalhar para o Grupo Cornélio Brennand, um grupo muito forte de Pernambuco. Eles abriram uma fábrica de camarão em Maceió e surgiu meu primeiro primeiro cliente que exigiu nota fiscal e, então, fui formalizar a empresa”.

Amanda explica que já trabalhou em agência de publicidade, agência de produção de eventos e, logo em seguida, abriu sua empresa. “Já fiz vários eventos em Maceió, Recife e outros estados do Nordeste também”.

Ela afirma que, no início da carreira, não tinha escritório e trabalhava informalmente dentro de casa fazendo freela de eventos e de peças promocionais. “Eu atendia no escritório emprestado da minha sogra e fazia as ações com o carro da minha mãe. Foi um início assim, bem simples, mas muito pé no chão também”.

Foto: Cortesia

Quando o negócio começou a evoluir, a empreendedora decidiu abrir empresa, junto com um sócio que tinha na época. Eles abriram um PJ [Pessoa Jurídica], alugaram uma sala e começaram a trabalhar, pela primeira vez, em um escritório com endereço fixo.

“Eu já atendia grandes clientes do corporativo, como Coca-Cola, Chevrolet e algumas empresas locais. Mas acho que a grande virada de chave foi quando nós ganhamos uma licitação do Sebrae para trabalhar na Secretaria de Eventos e internamente do Sebrae, gerenciar os eventos. Isso mudou completamente o estado e a evolução da empresa”, relata.

“O empreendedorismo está na veia da nossa família”

Amanda diz ainda que recebeu muito apoio da família quando decidiu empreender e falou sobre a importância disso para dar continuidade ao projeto.

“Tive e tenho apoio até hoje. Tem o apoio da minha mãe, tem o apoio do meu esposo, tem o apoio dos meus irmãos e tive muito apoio do meu pai. Ele já não é mais vivo, mas durante toda a minha trajetória o apoio e a motivação dele e os ensinamentos foram muito importantes para eu chegar até aqui. E cheguei”, declara.

Ela reforça que o apoio foi fundamental para que não desistisse, principalmente diante dos altos e baixos. “Porque não é fácil você ser empreendedor, você tem altos e baixos. Eu passei por várias crises econômicas”.

“Uma vez meu pai recebeu uma proposta quando estava prestando serviço para um cliente. Um grupo assim, fantástico, grande, gigantesco. Eles queriam me contratar para ser funcionária fixa deles. Meu pai disse assim: ‘Filha, não vai. Você já chegou até aqui e lá você só vai ser mais um. Você só vai ser mais uma funcionária. E no dia que eles quiserem te demitir, vão demitir”, conta.

Hoje em dia, além do apoio, grande parte da família vive de empreender. “Eu acho que o empreendedorismo está na veia da nossa família. Minha mãe tem uma floricultura e comecei a ter gosto para o empreendedorismo, trabalhando com ela. No início era aquela empresa familiar que a gente trabalhava para ajudar mesmo no sustento do dia a dia da nossa família”.

O início da carreira no ramo de eventos

Foto: Cortesia

Ayres explica que durante sua trajetória na floricultura de sua mãe, vivenciou muitos eventos, festivos, principalmente de casamentos e aniversários de 15 anos. “Como minha mãe trabalhava com decoração e eu ia ajudar, então fui inserida nesse meio através desses momentos. Mas, como eu sempre dizia antigamente, queria fazer publicidade, porque gosto de trabalhar com marca e produto e desenvolvê-las”.

Atualmente, ela atua em outra área de eventos, como corporativos e congressos na área médica. “Eu gosto de fazer um lançamento de um produto, gosto de lançar um móvel na mega de uma corretora. Isso é que me dá prazer”.

Além da influência materna, Amanda explica que o meio cultural passou a fazer parte de sua vida desde cedo. “Eu tinha um desejo muito grande de trabalhar com a leitura em uma cultura. Porém, eu nunca tinha tido tempo de me dedicar, de estudar, de aprender e me fazer cursos, porque minha vida estava sempre em movimento, estava sempre corrida com os clientes que a gente atendia”.

No entanto, com o início da pandemia e os cancelamentos dos eventos que promovia, encontrou um espaço em sua vida para estudar. “Isso abriu o horizonte para que eu pudesse estudar um pouco mais sobre os projetos da Lei de Incentivo à Cultura. E assim eu fiz. Busquei conhecimento para não ficar ociosa”. A empreendedora, então, inscreveu um projeto e ele foi aprovado.

Em 2021, Amanda conseguiu captar o recurso com o apoio do esposo e dar andamento ao projeto, que já foi finalizado. “Já em 2022 foi o ano de inscrever novos projetos e estamos na luta para captar recursos”.

A Força da Dança e a Lei de Incentivo à Cultura

O primeiro projeto da empreendedora por meio da Lei de Incentivo à Cultura foi o A Força da Dança. A iniciativa buscou valorizar a cultura local e, sobretudo, o brilho e a energia dos jovens atendidos pela Casa do Amor 21, uma instituição voltada para pessoas com Síndrome de Down.

“A grande chave do projeto é a gente manter eles regularmente toda semana, ensaiando, fazendo alguma atividade física, dançando. Manter essa rotina na vida deles para que possam se desenvolver na dança, na linguagem corporal e como pessoa. A grande chave do projeto é a apresentação do espetáculo”, explica.

Ela afirma que o mais importante são as oficinas e as aulas proporcionadas. “A intenção era criar esse grupo para que pudessem se desenvolver, dar continuidade e se apresentarem em outros lugares, em outros momentos e até cobrando financeiramente para para estar se apresentando”.

Para Amanda, a Lei de Incentivo à Cultura pode beneficiar empresas, especialmente, divulgando a marca. “Ele está divulgando um produto, o negócio que tem correlação ou uma marca. Seja uma marca de bebida, uma marca de comida ou até mesmo uma companhia aérea”.

A empreendedora relata que um dos projetos que desenvolveu, mediante a necessidade de seu cliente, foi para um grupo de hoteleiros em Porto de Galinhas, localizada em Pernambuco.

“Fizemos dois projetos e a ideia é executá-los na praia de Porto, beneficiando a comunidade, levando o conhecimento cultural para essa comunidade e trabalhando com eles a cultura, para que a gente possa fazer uma apresentação para os turistas, mostrando a esses jovens e crianças que podem iniciar uma vida através da cultura, que a cultura pode ser um meio de recurso financeiro para eles”, explica.

“A gente integra a comunidade aos acontecimentos do turismo e da cultura. Esse projeto é para isso, para pegar esses jovens e dar uma função na vida deles. Já assinamos com várias empresas da cadeia do turismo para patrocinar esses eventos lá”, complementa.

“Quando uma empresa passa a apoiar um projeto pela Lei de Incentivo à Cultura, a logomarca dela está estampada em todas as peças que a gente publica, que a gente divulga, que a gente coloca, promovem durante o evento. E também ela ganha essa visibilidade como uma empresa que apoia projetos voltados à cultura”, finaliza.

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Maria Luiza Lúcio

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