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Sucesso projetado no outro tem mais a ver com o que você idealiza; o que é conquista para você?

Muitas vezes ouvimos o termo pessoa de sucesso, mas será que nossa capacidade de compreender o que significa isso é coerente? Em que temos baseado a compreensão de sucesso? Será que o sucesso tem exatamente o mesmo significado para todos?

Se pensarmos no significado da palavra, o sucesso é o bom resultado; o êxito, o triunfo. Mas a vida é tão subdividida, não é? Com momentos bons de êxito e outros ruins, em que não conseguimos alcançá-lo.  Então pensando assim todos em algum momento serão considerados bem sucedidos, não é verdade?

Outra questão: a vida é ampla, e tem muitas áreas diferentes, em alguns momentos podemos sentir que somos bem-sucedidos em umas áreas e em outras não. 

Então aqui voltamos a questão da hipotética da “pessoa de sucesso”, que no senso comum em nossa sociedade, o que prevalece no topo da percepção de sucesso é a área financeira.

Surgindo daí um grande problema, que como psicóloga tenho visto de forma recorrente: é a distorção cognitiva gerada pelo hiperfoco que mantemos em apenas uma área da vida, seja ela qual for, o que traz uma cegueira para outras áreas de grande importância no desenvolvimento humano saudável. 

O foco excessivo em uma área da vida prejudica o nosso desenvolvimento em outras que negligenciamos a ponto de não desenvolvê-las, ou temos êxito, mas não reconhecemos como importante, pois o foco excessivo está no que falta.

Dentro da concepção que tenho hoje de sucesso acredito que conectar com nosso lado adulto emocionalmente saudável é sim a base indispensável para essa construção da sensação de sucesso, pois só quando temos essa estabilidade do nosso próprio self, dos nossos propósitos, objetivos, necessidades e desejos que podemos fazer uma análise real do nosso êxito na vida.

Uma questão importante também é que ter sucesso não é estar tudo perfeito e exitoso em todas as áreas. É muito mais sobre sentir-se feliz e realizado no hoje, consciente dos acertos e erros, do que já construímos e do que ainda não conseguimos, isto é ponderar nossos fracassos e sucessos, olhar nossa vida como um todo é uma habilidade essencial para sentir-se bem sucedido.

Valorizar as conexões sociais, na família de origem, no trabalho, nas amizades construídas ao longo da vida, valorizar a saúde, física, emocional, a espiritualidade ou fé seja qual for a sua, olhar para as próprias habilidades, características construídas da nossa personalidade a qual nos orgulhamos, olhar o ser para além do ter.

A vida é contínua. A capacidade de olhar o todo nos aproxima da secessão de sermos bem sucedidos, já o hiperfoco em uma área específica, como por exemplo financeira ou relacional romântica, pode fazer com que o sentimento de fracasso seja vivenciado mesmo que em outras áreas seja extremamente bem sucedido.  

Precisa-se compreender também que o sucesso projetado no outro tem mais a ver com o que você idealiza de sucesso, do que com o fato da outra pessoa ser realmente bem sucedida. Sim! o sucesso tem parâmetros e significados diferente para cada pessoa e para cada momento da vida então o sucesso não e algo que o outro vê em você, é sim como você se vê no mundo.

Essa projeção idealizada é tão falsa para quem vê, como para o que é visto, as comparações entre indivíduos com histórias e necessidades diferentes são verdadeiramente adoecedoras, pois o importante é cada qual olhar para sua própria vida e analisar a si, aos seus desejos, sonhos e necessidades, e só a partir daí será capaz de estabelecer sua própria métrica de sucesso pessoal.

Me diga, em que se baseia sua métrica de sucesso? Que tal reavaliar isso a partir de você?

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Natasha Taques

Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).