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Vereadora, mãe e evangélica: Silvania Barbosa cita apoio a Lula, fala sobre projetos para 2023 e diz que vai lutar por inclusão

Foto: Assessoria

Dos 25 vereadores eleitos em Maceió, apenas quatro são mulheres, representando 16% da Câmara Municipal. O Eufêmea iniciou uma série de entrevistas com as vereadoras para saber os projetos para 2023 e trazer um perfil de cada uma.

Silvania Barbosa (MDB), é a primeira entrevistada da série e está em seu quarto mandato legislativo. A vereadora destaca os projetos para 2023, avalia o cenário político do Brasil e destaca a importância de políticas sociais de proteção às vítimas de violência doméstica para o município.

Foto: Assessoria

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

A bancada feminina na Câmara ainda é minoria em comparação aos homens. Como você enxerga a bancada feminina da Casa?

Embora a proporcionalidade esteja muito distante da ideal, nossa bancada é formada por mulheres fortes, com experiência na política e de pensamentos muito diversos. Essa pluralidade fortalece a ideia da democracia e da diversidade. Os maceioenses podem e devem se sentir representados lá dentro.

Nosso objetivo agora é alertar a sociedade para esse desequilíbrio numérico e torcer para que mais mulheres sejam eleitas no próximo pleito. Acredito que este será um processo natural, talvez mais lento do que desejamos, mas repito, natural. A sociedade tem atentado cada vez mais para a importância deste equilíbrio e o perfil de eleitor muda a cada ano.

Quais são os seus projetos para 2023?

Seguir lutando por inclusão social, pela redução da desigualdade, inclusive apresentando projetos que por alguma razão não passaram em 2022, mas que com essa nova realidade nacional possa ser visto de forma diferente pelos meus colegas parlamentares e pelo Executivo Municipal, e desta forma acabem aprovados, após nova análise.

Meu foco segue sendo a periferia, as minorias, os trabalhadores, sejam profissionais liberais, servidores ou até da iniciativa privada. O importante é que a gente, através de novas leis e da fiscalização dos trabalhos da Prefeitura, aponte falhas e crie mecanismos legais para melhorar a vida dos maceioenses.

O índice de feminicídio ainda é muito alto em Alagoas. Os casos de violência contra mulher também. Você tem alguma proposta para minimizar esses casos em Maceió?

Desde o meu primeiro mandato, este sempre foi um assunto pelo qual me debrucei bastante, porém acredito que o mandato atual é um divisor de águas na minha luta em defesa das mulheres. Posso afirmar, sem medo de errar, que a sanção de uma lei de minha autoria em 2022 mudou a vida de muitas mulheres em Maceió.

A lei 7.076/21, que garante a mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade, prioridade na adesão de casas populares entregues pelo município. A maioria das vezes, não ter para onde ir com os filhos é o que impede muitas vítimas de abandonar seus agressores. Mas o fim da violência não passa apenas pelo endurecimento da pena ou por políticas sociais de proteção às vítimas.

Precisamos eliminar essa questão pela raiz, por isso temos que encontrar soluções para formar melhores cidadãos que não pratiquem violência. Tramita, por exemplo, na Câmara, projeto de minha autoria que prevê que empresas de grande porte em Maceió e que tenham em seu quadro 60% ou mais de seus funcionários do gênero masculino, ofereçam palestras educativas sobre violência doméstica.

Também é de minha autoria, o projeto que prevê que síndicos de condomínios residenciais ou comerciais sejam obrigados a comunicar aos órgãos de segurança, casos de violência contra a mulher ocorridos nas dependências do prédio. A verdade é que minha lista de projetos em defesa das mulheres, e que seguem em tramitação na Câmara, é bem grande. Por isso reafirmo que é um tema divisor de águas no meu atual mandato. 2023 será o ano de dar continuidade ao rito administrativo e implementar de vez estes projetos, tornando-os uma realidade na vida das maceioenses, e também de levarmos ao Poder Legislativo novas ideias e propostas. A luta não para.

Quem é Silvania Barbosa?

Mãe, evangélica, progressista, parlamentar pelo quarto mandato consecutivo, mulher, defensora de outras mulheres, das minorias, dos trabalhadores, mas sobretudo, uma cidadã comum, inquieta com as mazelas que vemos diariamente e disposta a contribuir com o meu melhor, para mudar a realidade de muita gente que vive na linha da pobreza, em situação de insegurança alimentar e desprotegida de tantas outras formas, por falta de iniciativa do poder público, que ao longo dos anos insiste em falhar com a sociedade.

Como você enxerga a mudança de presidente? Acredita que Lula olhará mais para mulheres e trará mais projetos?

Votei no Haddad em 2018 e fui uma eleitora declarada de Lula em 2022. Não acredito no processo que o condenou e o levou à prisão. Minha avaliação do governo que passou é de que foi o pior da história democrática do Brasil.

Na linha do tempo que marca a história do nosso país, perde apenas para o período escravocrata e para a Ditadura Militar. Qualquer coisa que Lula faça já será infinitamente melhor do que o que passou. Mas as minhas expectativas são de que ele pretende, mais uma vez, escrever seu nome na história política do Brasil e mundial.

Com a criação dos Ministérios anunciados e sua equipe também anunciada, não tenho dúvidas de que as mulheres terão um olhar atento do governo. Começou, inclusive, com o recorde de ministras anunciadas. Com mulheres em espaços estratégicos é natural que a população feminina acabe em pauta. Ter Lula como presidente me causa um alívio e reacende a esperança em dias melhores. Desejo sucesso ao novo governo e aos alagoanos que irão participar dele, especialmente Renan Filho, que assume o Ministério dos Transportes. Uma pasta estratégica.

Rebecca Moura

Rebecca Moura

Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.