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Assistente social e secretária: Aline Rodrigues fala sobre projetos voltados para pessoas com deficiência

Alagoas é o único estado em que há paridade de gênero nas secretarias. Das 27, 14 são comandadas por mulheres. O Eufêmea iniciou uma série de entrevistas com as secretárias que comandam tais pastas.

A nona entrevistada é a secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Aline Rodrigues. Ao Eufêmea, a assistente social fala sobre a representatividade feminina na atual gestão do Governo de Alagoas, os objetivos da nova secretaria voltada às pessoas com deficiências e a mudança no governo federal. A secretaria também tem foco na criança e no adolescente, na pessoa idosa e no bem-estar animal.

Confira a entrevista completa abaixo.

Quem é Aline Rodrigues?

‌Vou começar a responder essa pergunta fazendo uma autodescrição física para dar a oportunidade às pessoas com deficiência visual de conhecerem a minha aparência. Como secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência sei o quanto esse recurso de comunicação é importante. Sou uma mulher de um metro e sessenta e nove centímetros de altura, parda, de cabelos lisos, escuros e longos. A segunda dos quatro filhos do seu José Francisco e da dona Marlene. Como eles, nasci às margens do Rio São Francisco, em uma das mais lindas cidades de Alagoas: Penedo.

‌Sou formada em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas e especialista em Direitos e Políticas Públicas. Todo o meu caminhar profissional foi dentro da política de Assistência Social. Trabalhei por 20 anos na Secretaria de Estado da Assistência Social (Seades), onde exerci algumas funções. A última delas foi a de secretária da pasta, posição em que estive de agosto a dezembro de 2022.

‌Mas, antes disso, passei por quase todos os cargos técnicos. Foi graças a esses anos de experiência que pude participar da elaboração de diversos projetos que se tornaram políticas públicas de Assistência Social no país e exercer cargos de liderança no gerenciamento de crises humanitárias, como as enchentes que atingiram Alagoas em 2010, 2017 e 2021.

‌Agora, a convite do governador Paulo Dantas, sou secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência. Quando recebi o convite encarei a missão como um dos maiores desafios da minha vida. Aceitei com muita alegria e força de vontade. Estou disposta a trabalhar com muito empenho e vigor pela população alagoana.

Alagoas é o único estado com paridade entre homens e mulheres no secretariado. O que isso representa para você?

‌Representa avanço. Na verdade, paridade de gênero deveria ser a regra na nossa sociedade. Mas a gente sabe que no Brasil e no mundo as mulheres ainda recebem menos que os homens para exercerem as mesmas funções, além de ocuparem menos cargos de liderança, infelizmente. E não há dúvida alguma de que homens e mulheres possuem a mesma capacidade intelectual para realizar qualquer tarefa. Então é preciso divulgar e exaltar, sim, o secretariado paritário do governador Paulo Dantas.

‌Estar num secretariado de maioria feminina me enche de orgulho. Nossa equipe na Secretaria da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) também é majoritariamente feminina. Minhas colegas e eu formamos um time de peso de mulheres competentes, capazes e cheias de disposição para entregar aos alagoanos os melhores resultados que se pode esperar de uma gestão.

‌Sendo a primeira vez que a Secretaria Estadual da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) estará presente, o que os alagoanos podem esperar da sua gestão?

‌Muito trabalho e empenho por parte da equipe da Secdef no sentido de melhorar a qualidade de vida dos alagoanos. Especialmente das pessoas com deficiência, das crianças, dos adolescentes, das pessoas idosas e dos animais, que são os públicos alvo das políticas que vamos implementar.

‌Você foi secretária estadual de Assistência Social no ano passado. Acredita que essa experiência deve te ajudar a conduzir a nova Secdef? De que forma?

‌Com certeza. Ter sido secretária anteriormente, apesar de em outra pasta, me trouxe uma experiência que está sendo fundamental para o meu trabalho à frente da Secretaria da Cidadania e da Pessoa com Deficiência. Os vinte anos de experiência nos cargos técnicos que ocupei também. Na prática, as políticas com as quais trabalhei na Seades, o que eu vivi lá, têm muita relação com o que estamos desenvolvendo na Secdef.

‌Quais projetos pretende desenvolver este ano?

‌Nós temos algumas prioridades para 2023. Uma delas é lançar o Censo da Pessoa com Deficiência. Eu acredito que para pensar políticas públicas que sejam, de fato, transformadoras na vida das pessoas nós precisamos, antes de tudo, entender quem são essas pessoas e quais são suas necessidades. O censo vai ser determinante para isso.

‌Também vamos criar uma central de informações sobre bem-estar animal e um canal de denúncias para maus-tratos. Os direitos dos animais ainda são muito pouco conhecidos e, por consequência disso, muito violados. Precisamos mudar essa realidade e esses canais vão ser ótimas ferramentas nesse sentido.

‌Quando recebeu o convite para ser secretária, aceitou de primeira ou teve medo de assumir o cargo? Por que decidiu aceitar?

‌Como mencionei anteriormente, estou há duas décadas no serviço público. Quando recebi o convite do governador Paulo Dantas me senti lisonjeada. Foi uma alegria muito grande. Não diria que tive medo. Senti, sim, um frio na barriga pensando no tamanho do desafio, mas não hesitei em aceitar. E aceitei porque sei que há muito o que fazer no âmbito da Cidadania, da Pessoa com Deficiência, pela garantia dos direitos da Pessoa Idosa, da Criança e do Adolescente, pela causa dos animais.

‌Quero, no futuro, olhar para trás e ver a transformação que o trabalho desenvolvido na Secdef fez no nosso estado, na vida dos alagoanos. Quero que a secretaria cresça, se destaque, ganhe prêmios. Temos sonhos grandes e vamos fazer de tudo para transformá-los em realidade.

‌Como você enxerga a mudança de presidente? Acredita que Lula olhará mais para mulheres e trará mais projetos?

‌A mudança de presidente representa a volta da esperança em um Brasil mais justo. O presidente Lula deu sinais de que olhará mais para as mulheres desde a subida da rampa do Palácio do Planalto, no dia 1º de janeiro. Mostrou que olhará mais para as mulheres, para as crianças e para os adolescentes, para as pessoas com deficiência, para as pessoas idosas, para os animais. Todos estavam muito bem representados naquele ato simbólico, que já se tornou histórico e que emocionou a mim e à maioria do povo brasileiro. Nosso povo se viu ali. Isso é muito importante.

‌O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, em seu discurso de posse, também colocou nosso povo como prioridade quando disse “vocês existem e são valiosos para nós”. Ter um governo federal alinhado com a gestão estadual é fundamental para o bom andamento das políticas públicas que beneficiam quem mais precisa. E nós temos isso agora. Estamos vivendo um momento histórico para o país. É muito bom fazer parte disso enquanto gestora em Alagoas.

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Maria Luiza Lúcio

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