Foto: Assessoria
Alagoas é o único estado em que há paridade de gênero nas secretarias. Das 27, 14 são comandadas por mulheres. O Eufêmea iniciou uma série de entrevistas com as secretárias que comandam tais pastas.
A sétima entrevistada é a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas. Ao Eufêmea, a advogada e escritora fala sobre a mudança na secretaria que, este ano, incluiu a economia criativa como mais um foco da gestão. Ela também afirma que a pasta deve lançar novos editais em Alagoas, fala sobre o protagonismo feminino no secretariado e a mudança no Governo Federal.
Confira a entrevista abaixo:
Quem é Mellina Freitas?
Mellina é uma mulher que aprendeu a ser forte, buscando ser justa e praticar a bondade sempre. Acho também que sou ousada, corajosa, determinada, como boa ariana (risos), mas também uma manteiga derretida e muito coração. É um exercício diário equilibrar razão e emoção. Também sou mãe, esposa, amiga, graças a Deus! Estou atualmente como secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa (2023) e fui secretária de Estado da Cultura de Alagoas durante os anos de 2015 a 2022, onde busquei fazer meu melhor, buscando mais incentivos e investimentos do Governo do Estado para estimular e impulsionar os diversos segmentos que movimentam a economia criativa.
Sou formada em Direito pela Faculdade de Direito de Maceió (FADIMA), Fundação Educacional Jayme de Altavilla, 2007, e MBA em Gestão Pública pela Unyleya (2020). Também sou escritora e poetisa, com vários trabalhos publicados, como O Vôo das Borboletas (2005) e Cacilda, Mulher Coragem (2012).
Sou Membro efetiva da Academia Maceioense de Letras, ocupando a Cadeira 27; Membro efetiva da Academia Piranhense de Letras e Artes, ocupando a Cadeira 3; integrante do Grupo Literário Alagoano; e sou ex-Prefeita do Município de Piranhas (2008-2012).
Alagoas é o único estado com paridade entre homens e mulheres no secretariado. O que isso representa para você?
O nosso Estado se tornou referência quando se fala em mulheres no primeiro escalão do Governo. Sabemos o quanto isso é vitorioso para a nossa classe e cada vez mais precisamos nos certificar que somos capazes de estar onde quisermos estar. Esse é só o começo. Com mulheres na política significa mais políticas para mulheres.
Ao reassumir o cargo na Secult, afirmou que sua nova missão será fomentar a economia criativa na cultura. Quais projetos serão direcionados ao setor na sua gestão?
Com a nova conjuntura onde a Secretaria tornou-se uma pasta de Cultura e Economia Criativa, nosso trabalho foi ampliado e temos o desafio de tornar Alagoas referência, tanto de modelo de desenvolvimento quanto de Estado que consegue transformar sua diversidade cultural em serviços. Estamos trabalhando em um planejamento que seja amplo e abranja todos os setores da Economia Criativa, cada um com suas peculiaridades, e com a preocupação de implementar políticas públicas para uma dinâmica econômica de criação ao consumo.
Nos últimos anos, a Secult apoiou projetos por meio da política de editais e de programas, como os de incentivo à produção audiovisual e, mais recentemente, o Edital Prêmio Carnaval 2023. Serão lançados novos editais e programas este ano? Quais setores devem ser beneficiados?
Posso afirmar que projetos consolidados pela Secult devem continuar. Pretendemos lançar novos editais, realizar a Mostra Alagoana de Dança, o Festival de Música Em Cantos de Alagoas, o Cultura nas Grotas, entre outros. A nossa meta é democratizar ainda mais o acesso à cultura, aos recursos e investimentos em todas as nossas ações, beneficiando artistas de todo o Estado.
Quando recebeu o convite para ser secretária, aceitou de primeira ou teve medo de assumir o cargo? Por que decidiu aceitar?
Fiquei muito feliz com o convite, mas precisei avaliar. Hoje sei que fiz a escolha certa e sou muito grata pela oportunidade dada pelos governadores Renan Filho e Paulo Dantas.
Como você enxerga a mudança de presidente? Acredita que Lula olhará mais para mulheres e trará mais projetos?
Acredito que é um novo momento para todos os segmentos. O governo Lula respeita a mulher e, não tenho dúvida, que terá um olhar diferenciado para trabalhar com a classe. Nos últimos anos, o segmento cultural sofreu com a extinção do Ministério da Cultura, assim como o desmonte de inúmeros órgão e políticas públicas, que investiam recursos em várias áreas culturais. Agora, com a reconstrução do Ministério, é esperado que a cultura seja tratada como uma das prioridades da gestão. Eu tenho uma expectativa muito positiva em relação a isso.