Após decidir abandonar a carreira em comunicação, a chef Mayanna Amorim optou por abrir sua confeitaria de doces e chocolates e encarar o empreendedorismo. Ao Eufêmea, ela relata como tem sido esse processo, que iniciou há cerca de seis anos, as dificuldades desse caminho e a realização por ter escolhido essa mudança. Apesar de todos os desafios, Mayanna se tornou uma das principais referências em doces para casamentos em Alagoas, principalmente os destination wedding realizados na rota dos Milagres.
Mayanna conta que criou uma marca de confeitaria, em 2013, mas não conseguiu conciliar com o trabalho, na época atuava como Assessora de Comunicação.
Ela explica que sua primeira formação foi em Relações Públicas e decidiu fazer a faculdade de gastronomia em 2014, mas apenas por hobby. “Acreditei que era por hobby, só para realizar o sonho. Porém, quando concluí dois anos depois, decidi sair da comunicação e investir nos doces e principalmente no ramo que eu queria, dos chocolates”.
A empreendedora considera que a empresa começou a existir, de fato, em 2016, quando decidiu mudar de carreira. “No final daquele ano, escolhi me dedicar totalmente à empresa, já que eu sempre buscava uma oportunidade para trabalhar com chocolate”.
“No Natal ou Páscoa, estava sempre atendendo. Mas não tinha tempo, então de acordo com o projeto que estava na comunicação, passava meses sem atender nenhum cliente, sem pegar nenhuma encomenda e acabava que a minha empresa ficava nessa, sem nada concreto”, completa.
Apesar de estar no mercado há seis anos, Mayanna confessa que ainda sente dificuldades. “Me sinto engatinhando nesse processo. Isso porque é muito desgastante empreender, principalmente quando a gente empreende sozinha. Ainda me sinto aprendendo”.
Da comunicação para a gastronomia
Para ela, empreender tem os seus prazeres e desprazeres. “É algo extremamente cansativo, mas que traz uma liberdade quanto a trabalhar com o que você gosta, em um ambiente mais confortável, principalmente para nós mulheres que vivemos ainda em um país tão machista, que sofremos assédio em todos os lugares”.
“Sofri bastante na comunicação, especialmente quando atuava na parte política, quando rodava o estado inteiro. Acontecia muito de ser assediada pelas pessoas e por onde passava. Era algo que incomodava muito e foi o principal motivo para sair da área. A gente está ali sempre revivendo essas coisas desagradáveis que aconteceram”, afirma.
Depois de assumir a nova carreira, Mayanna conseguiu criar um novo ambiente e do seu jeito. Atualmente, a empresária conta com a ajuda de três funcionárias na fábrica de chocolates, além da equipe que trabalha por fora, nas mídias sociais e fazendo entregas, por exemplo.
Paixão pela gastronomia surgiu na infância
A empresária explica que o desejo de fazer gastronomia surgiu ainda na infância e que, desde criança, gostava muito de cozinhar. “Eu tinha uma avó que cozinhava muito bem e amava fazer aquilo”.
A cozinha remonta ainda às memórias afetivas por causa da avó. “Criança, minha avó quando estava mexendo um bolo, me pegava e botava para mexer também. Eu fazia mais bagunça do que tudo, mas para mim era muito divertido”, lembra.
“Minha avó me ensinava algumas coisas e eu amava isso. O que ela melhor ainda cozinhava eram as sobremesas. Eu adorava chegar na casa dela e ela abrir o portão me contando o cardápio de sobremesas que tinha feito”, relembra.
“Concorrência está muito maior esse ano”

Para Mayanna, hoje há cada vez mais pessoas trabalhando com chocolate de verdade, isso porque os consumidores passaram a atentar a isso, o que aumentou a concorrência. “Fiz ovos desde o início com chocolate belga, mas foi algo mais para amigos e pessoas próximas. Esse período é muito esperado, porque sempre foi uma época de vendas altas para quem é especialista em chocolate, mas nos últimos dois anos estão bem menores”, comenta.
Apesar das vendas desse ano não terem sido significativas, a empresária já estava atenta e preparada para o momento. “Programamos uma agenda de eventos e contratos para cumprir durante todo o mês. Não nos dedicamos exclusivamente à essa época. Desde o início, já planejamos uma Páscoa menor mesmo, mais restrita”, finaliza