“Estava conhecendo um rapaz e as conversas estavam sendo basicamente sobre o que gostávamos de fazer no tempo livre e sobre o trabalho. Percebendo que a interação parecia avançar, achei por bem introduzir assuntos relacionados à vida pessoal e falei sobre já ter sido casada anteriormente e ter um filho adolescente. Senti imediatamente que ele mudou e sem nenhuma explicação não falou mais”.
O relato da advogada Carla não é isolado. Recentemente, o app global de relacionamentos Inner Circle fez uma pesquisa com mais de 600 mães solteiras no Brasil para entender melhor o cenário vivido por elas ao retornar aos dates. Constatou que 52% das mulheres viram os parceiros ou pretendentes sumirem após contarem que tinham filhos.
O ghosting
A esse comportamento, de sumir repentinamente da relação, atribui-se o nome de ghosting, uma alusão à palavra fantasma, que em inglês é ghost, no bom português: chá de sumiço.
Esse dado revela a dificuldade de mães encontrarem pessoas comprometidas e maduras que estejam prontas para terem um relacionamento. De acordo com a psicóloga especialista em relacionamentos, Keyla Cristine, homens que costumam apresentar esse comportamento demonstram imaturidade emocional.
“O problema não está em você”

“É um processo de evitação emocional que ele pratica quando percebe a possibilidade de a mulher querer algo mais sério, que aconteceria mesmo sem ela ter filhos, simplesmente por não querer se comprometer”, afirma.
“Principalmente, quando há nesse indivíduo, a presença de traços ou diagnósticos de alguns transtornos de personalidade, como é o caso do narcisismo, por exemplo.
A psicóloga explica ainda que em todo caso de término há um pouco de dor, e o ghosting é um dos tipos que mais causa, mas é importante que a mãe não carregue mais essa culpa.
“Ela não pode esperar arrependimento, consideração ou respeito. Se houve quando estavam juntos, certamente não haverá quando separados. Acima de tudo, entenda que o problema não está em você”, completa.