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Barbie: um filme que não é infantil, aborda o patriarcado e retrata o mundo real sem filtros

O filme da Barbie era um dos filmes mais esperados do ano, e eu confesso que não entendia bem o motivo de tanto alvoroço para a estreia dele. Porém, ontem finalmente compreendi.

A primeira coisa que você precisa saber sobre o filme é que ele não é voltado para o público infantil; as crianças provavelmente ficarão entediadas. Não se trata de um filme de fantasia com barbies loiras e magras vivendo em um mundo cor de rosa, onde tudo gira em torno do amor e sofrimento.

Na verdade, o filme da Barbie retrata de forma aberta e corajosa o que é ser mulher, com todas as nossas dores, culpas e cobranças. Ele aborda questões como feminismo e patriarcado, termos que podem incomodar, especialmente para aqueles que esperavam um filme infantil de fantasia rosa e para quem acha que feminismo é mimimi.

A trama do filme apresenta questões importantes sobre o machismo, desigualdade, empoderamento feminino e sororidade, entre outras coisas. A história se desenvolve em dois cenários: a Barbieland, onde as mulheres têm autonomia e ocupam espaços considerados “masculinos”; e o Mundo Real, que reflete um mundo repleto de machismo, assédio, culpa e desigualdade – uma representação explícita de nossa realidade.

No entanto, nem todos querem admitir que nosso mundo é exatamente como mostrado no filme. Lidar com os conceitos de feminismo e patriarcado pode ser desconfortável para alguns, que têm uma ideia distorcida desses termos, associando-os a algo “sujo” ou extremo.

O filme nos ensina lições valiosas e também desperta emoções. Ele nos faz refletir sobre nosso papel no mundo, a importância da união entre as mulheres e a independência emocional, mostrando que não precisamos depender de um Ken para sermos felizes.

Além disso, o filme toca no tema do acolhimento de nossa criança interior, especialmente quando Barbie encontra sua família humana. Essa abordagem torna a narrativa ainda mais emocionante e profunda.

Sem dúvida, o filme da Barbie é um dos melhores que vi este ano. Fico feliz que ele aborde esses assuntos e provoque incômodo nas telas do cinema, pois é fundamental pensarmos sobre o mundo real em que vivemos.

Se você ainda não assistiu ao filme, prepare-se para embarcar em uma jornada incrível que abrirá seus olhos para a realidade que a Barbie nos mostrou sem filtros. É uma experiência imperdível.

Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.