A vida da relações públicas Paula Isanelle, de 36 anos, mudou em 2022. Foi nesse ano que ela decidiu colocar a “cara na rede social” e falar sobre os serviços que ela prestava, inclusive os de Mobilidade Urbana. Paula é aquela mulher que atua em diversas áreas: é funcionária pública, agente de fiscalização de trânsito, analista de dados, relações públicas e empreendedora.
Antes de ter uma agência, Paula tinha um serviço direcionado para análise e tratamento de dados, fornecendo ao cliente informações necessárias para tomar as melhores decisões. Mas ela confessa que, no início, morria de vergonha de se expor. “Imaginava que as pessoas iriam rir de mim”.
Ela decidiu investir na análise de dados e estudar mais sobre o nicho de redes sociais, o mundo digital, principalmente o trabalho da imagem de uma pessoa física ou jurídica.
“Então, ainda em 2022, após uma mudança em outros aspectos da minha vida, inclusive profissional, decidi reposicionar minha estratégia de negócio e colocar em prática minha formação em relações públicas e minhas especializações em análise de dados, mas dessa vez trazendo para o ambiente global: redes sociais”, contou ao Eufêmea.
Desafios encontrados
Para ela, o maior desafio foi em relação à idade. “Tenho 36 anos e vejo muita gente nesse mercado bem mais jovem. No entanto, me juntei a eles. Afinal, sempre gostei de aprender e tenho consciência dos meus pontos fortes e fracos”.
Ela disse que muitas pessoas ao seu redor achavam que, ao decidir empreender, ela passava “o dia olhando as redes sociais”. “Não passo o dia fazendo isso, estou estudando o mercado dos meus clientes. Esse é um preconceito que ainda existe. Mesmo assim, todos sempre me apoiaram”.
A relações públicas também afirma que um dos maiores desafios que ela encontrou não é algo que se restringe apenas a ela. “Talvez seja do próprio mercado, sobretudo no Nordeste, não ver valor agregado a esse tipo de serviço e acharem que qualquer um pode fazer esse trabalho. E, de certa forma, qualquer um pode. Mas, com expertise e direcionamento estratégico, são poucos”.
Empreender após a terapia
Mas a vontade mesmo de empreender veio após um processo delicado pelo qual ela passou: a depressão. “A coragem só veio quando entrei na terapia”, disse.
Segundo ela, na época, junto com a psicóloga, ela buscou canalizar sua energia para montar seu primeiro negócio: blusas estonadas com jargões nordestinos. “Desde então, não parei. Investi na bolsa de valores para aumentar o capital e ter coragem de ir para a análise de dados. Enquanto isso, fui fortalecendo minha imagem profissional por onde quer que eu passasse”, contou.
“Hoje, compreendo que empreender no que gosto, sobretudo oferecendo muitas ideias aos meus clientes, tem muito valor, até porque meu objetivo sempre foi e será agregar valor às pessoas e, se um dia eu não estiver fazendo mais isso, não terá sentido para mim”, relatou.
Serviços ofertados
Na sua agência, Paula trabalha com alguns serviços: posicionamento digital; confecção de um vídeo para reels; pacote de cards e pacote de conteúdos; assessoria de imprensa e relatórios de análise de dados mercadológicos para entender como deve ser feito esse posicionamento.
No entanto, a principal estratégia que ela usa é a constante análise de dados. “Entender qual o público que está engajando, quais os conteúdos mais consumidos, o perfil do consumidor e as tendências de cada nicho, para adaptar aos que os meus clientes necessitam”.
A especialista também explica que a análise de dados norteia toda a produção de conteúdo. “Afinal, os números que estão nos bastidores é que me dirão qual caminho seguir. Sempre levando em consideração o objetivo do cliente como norte”.
Conforme explica Paula, “os dados nos trazem muitas informações que pouco são lapidadas”. “Então, quando pegamos diversos números e um tamanho gigantesco de dados de forma aleatória, pode não te ajudar em nada. Mas, quando realizamos a mineração desses dados e focamos nas variáveis principais dos nossos clientes, o caminho tende a ser certeiro”.
E qual é o segredo para continuar? Resiliência. Essa é a palavra que Paula carrega consigo todos os dias, inclusive tatuada em sua pele.