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Mioma uterino: 80% das mulheres no fim da idade fértil são acometidas pelo problema

Foto: Google

Cerca de 80% das mulheres no fim da idade fértil são afetadas pelo mioma uterino, de acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). A pesquisa também revela que o mioma é mais comum em mulheres na faixa etária dos 40 anos.

No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde (MS) indicam que anualmente dois milhões de mulheres desenvolvem mioma, sendo que 300 mil delas acabam perdendo o útero devido a esse problema.

Além disso, as mulheres mais jovens também enfrentam a doença, com diagnóstico recebido por 20 a 40% delas durante a idade reprodutiva, sendo 2 a 3 vezes mais frequente na raça negra.

Foi o que aconteceu com a biomédica e enfermeira Nilma Macário. Aos 30 anos, ela passava por uma aula prática no curso de enfermagem, quando sua colega apalpou o seu tumor. “Eu já estava com a menstruação irregular, muito alongada e com o fluxo altíssimo. Fui em busca de assistência médica”, afirma.

Foto: Cortesia ao Eufêmea

Ela conta que foi medicada e os médicos optaram por deixá-la em menopausa medicamentosa, uma opção de tratamento da doença que costuma reduzir ou até desaparecer quando a mulher atinge esse estágio da vida. “Mas acabou não funcionando e fiz a cirurgia convencional, uma espécie de cesariana, quando foram retirados quatro miomas”, conta Nilma.

De acordo com a médica especialista em Cirurgia Oncológica, Caroline Ferro, não existe um motivo específico que justifique a prevalência de faixa etária e de raça. “Há a predisposição genética pela raça e a exposição hormonal da mulher em idade fértil que levam ao crescimento destes miomas em mulheres com tendência genética para a formação deles”, afirma.

O que é mioma?
Foto: Cortesia ao Eufêmea

O mioma uterino é um tumor benigno, sendo uma das patologias mais frequentes do sistema reprodutor feminino e surge como uma alteração do ciclo celular, por uma mutação da célula influenciada por fatores genéticos e ambientais.

Ainda de acordo com a especialista, a prática regular de atividade física associada a hábitos alimentares adequados reduzem o risco para formação da miomatose uterina. “Podemos modificar o risco de desenvolvimento da doença com controle destes fatores externos, infelizmente não conseguimos modificar a predisposição genética que cada mulher pode ter”, explica Caroline.

Sintomas

Apesar de ser uma doença benigna sem risco de evoluir para câncer, é preciso tratá-la, principalmente nos casos de pacientes que apresentam sintomas que podem ser variados, desde sangramento vaginal irregular, dor pélvica, pressão pélvica, constipação intestinal, queixas urinárias, varizes e anemia, até anemia grave com necessidade de transfusão sanguínea, trombose venosa profunda e obstrução intestinal.

Tratamentos

Existem várias opções para o tratamento da miomatose uterina, como o uso de bloqueadores hormonais, principalmente para pacientes que desejam engravidar, assim como vários tipos de tratamento cirúrgico, como explica Dra. Caroline Ferro.

“A indicação do tratamento depende do perfil da paciente, da localização e do tamanho do mioma. Às vezes é necessário associar tratamento medicamentoso para diminuir o mioma volumosos e realizar posteriormente o procedimento cirúrgico. As opções de tratamento cirúrgicos vão desde a embolização de vasos que nutrem estes miomas, retirada apenas dos miomas, até a retirada de todo útero”, explica.

E é para essa etapa que agora se prepara Nilma Macário. Como a doença tende a reaparecer, 11 anos depois, ela está mais uma vez com miomas. “Recebi a indicação de medicação injetável para que eu entrasse em menopausa, a terceira injeção é em agosto. Pela gravidade do meu caso, após o remédio, irei farei a histerectomia, uma vez que meu útero está três vezes maior”.

Meline Lopes

Meline Lopes

Jornalista, advogada, especialista em comunicação e em marketing digital. Atuou como repórter de televisão durante 9 anos em diversas emissoras do Brasil. É repórter do Eufêmea.