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O poder da narrativa: reescrevendo nossas histórias e ampliando nossas vozes

Modelo na foto: Lúcia dos Prazeres

Inspirado no provérbio africano: “Enquanto o leão não aprender a contar suas histórias, as vitórias da caça serão sempre do caçador”.

Na escola, aprendemos que o Brasil foi “descoberto pelos portugueses”. E sobre as bruxas na Inglaterra? Ouvimos histórias sobre suas supostas habilidades de causar tempestades, destruir rebanhos e levar pessoas à loucura ou à morte. E o que dizer das pirâmides do Egito, atribuídas a alienígenas? São tantas histórias contadas por diferentes perspectivas, distantes da verdadeira realidade.

O Brasil não foi descoberto, foi invadido. Já era habitado por diversas etnias indígenas. As bruxas muitas vezes eram pessoas vulneráveis, erroneamente acusadas de bruxaria.

As pirâmides foram construídas em uma época em que florescia uma civilização rica e poderosa no Egito. Quantas histórias sobre nós, mulheres negras, são contadas sem nossa participação? Histórias difamatórias que buscam nos inferiorizar e ocultar nossas vitórias e singularidade.

Reafirmo o provérbio africano: enquanto o leão não aprender a contar suas histórias, as vitórias da caça serão sempre do caçador. Nós, mulheres negras, precisamos contar nossas histórias, narrar nossas ideias, compartilhar nossos conhecimentos e fazer nossa voz ecoar em todos os cantos que desejarmos.

Enquanto permitirmos que decidam por nós, que pensem por nós e não sejamos nós mesmas a conduzir nossos caminhos, a verdadeira versão do que nos acontece não será contada por nós.

O texto de hoje é um estímulo para você sacudir a poeira e dar a volta por cima. O que foi dito sobre você que não corresponde à sua verdade? Abra sua boca e comece a narrar sua história, pois ela precisa ser ouvida e compartilhada. Você tem o poder de reescrever sua própria história!