Colabore com o Eufemea
Advertisement

Staphylococcus aureus: dermatologistas explicam os riscos da superbactéria e como evitá-las

Há cerca de um mês, no último dia 12, todos os grandes portais noticiaram a morte de Dâmilly Beatriz, uma universitária catarinense que não resistiu a uma infecção generalizada causada por uma superbactéria.

A mãe da jovem publicou nas redes sociais que as lesões por acne da filha teriam sido a porta de entrada para a Staphylococcus aureus em sua corrente sanguínea.

A nossa reportagem conversou com duas especialistas para entender os perigos dessas lesões e explicar às nossas leitoras o que fazer para preveni-las.

Não há motivo para pânico
Foto: Cortesia

De acordo com a médica especialista em dermatologia clínica, estética e cirúrgica, Renata Rebêlo, apesar de ser perigosa, a superbactéria é comum e não há motivo para pânico.

“A bactéria faz parte da flora humana e pode ser encontrada na pele, nasofaringe e mais raramente no cólon e na vagina. A transmissão ocorre pelo contato direto entre pessoas, por meio de objetos contaminados ou pelo ar”, explicou.

A Staphylococcus aureus está presente no nariz de cerca de 30% dos adultos saudáveis e na pele de cerca de 20%, apontam os dados do MSD Manuals. Porém, por ser resistente a antibióticos, se cai na corrente sanguínea, há risco de ser fatal. Ela pode ingressar no corpo a partir de machucados, hematomas e cortes.

“Ela pode causar infecções de pele e outros tecidos, além de quadros de sinusite, pneumonia, meningite e sepse que é a infecção generalizada”, afirma Renata.

Tipos de acne

Segundo o Ministério da Saúde, a acne pode ser dividida em cinco tipos, que variam pela gravidade das lesões apresentas na pele. São eles:

Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias.
Acne Grau II: cravos e espinhas pequenas, com pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus (pústulas).
Acne Grau III: cravos, espinhas pequenas e lesões maiores, mais profundas, dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas (cistos).
Acne Grau IV: cravos, espinhas pequenas e grandes lesões císticas, múltiplos abscessos interconectados e cicatrizes irregulares resultando em deformidade da área afetada.

Especialista orienta evitar mexer na pele
Elvira Cancio. Foto: Cortesia

De acordo Elvira Cancio, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e coordenadora da residência médica em dermatologia da Uncisal, as lesões manipuladas de acne realmente podem se tornar portas de entrada aos microorganismos.

“Por isso, recomendo evitar manipular, espremer ou mexer nas espinhas, pois isso aumenta o processo inflamatório e, consequentemente, a colonização bacteriana”.

Quem apresenta lesão de acne deve procurar avaliação médica independente do grau, esclarece Elvira. “Se houver lesão maior, dolorosa, nodular ou abscesso é o dermatologista que vai saber tratar”.

“No caso de saída de secreção purulenta ou aumento da área de vermelhidão ou da secreção purulenta, além de sintomas com febre, é essencial procurar um hospital o mais brevemente possível”, completa a médica.

Picture of Meline Lopes

Meline Lopes

Jornalista, advogada, especialista em comunicação e em marketing digital. Atuou como repórter de televisão durante 9 anos em diversas emissoras do Brasil. É repórter do Eufêmea.