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Nossos passos vêm de longe

Escutei uma voz, olhei para trás e ninguém avistei. Voltei a caminhar.

De novo aquela voz vinha em meu ouvido, olhei outra vez pra trás e nada.

Foi quando, em vez de olhar para trás, me atentei a melhor compreender o que ela queria me dizer. Quando de novo ela veio falar, eu fechei os olhos, respirei fundo e busquei ouvir bem. Ouvi… ouvi a minha própria voz ordenando: “Corra!” E imediatamente me pus a correr.

Mais uma vez veio: Corra mais rápido! 

Cada vez que ela gritava ‘corra’, instintivamente corria mais e mais, até que chegou um momento em que estava ficando sem fôlego, então gritei: quero desistir, eu não consigo!

A voz gritou: continue, você não pode parar de correr agora, continue correndo! Quando sem perceber caí… caí em um penhasco, quando abri meus olhos e acordei. 

Ainda sem fôlego, suada e cansada, até parecia que realmente estava correndo. Fiquei pensando naquela voz, no que ela me ordenara; era eu mesma dizendo para não parar e continuar a correr. Depois de um tempo de reflexão naquele sonho, percebi que foram vozes ancestrais que me guiaram até aqui.

Segundo essa vivência compreendo que meus passos vêm de longe. Eu não sou apenas uma pessoa, mas sou o resultado de toda a minha ancestralidade.

De pessoas que sonharam o que vivo, sinto e percebo hoje. Também sonharei e farei coisas extraordinárias para que minha descendência se propague por séculos e séculos, assim continuarei viva mesmo não estando mais aqui fisicamente. Concluo que “Têm dias bons e dias não tão bons, mas todos os dias são necessários”. Viverei.