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Maceió inclusiva? alagoana cita desafios de acessibilidade para pessoas com deficiência

Calçadas e estruturas inacessíveis, falta de sinalização e rampas são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência em Maceió. A carência de acessibilidade nas ruas e espaços públicos afeta significativamente a qualidade de vida e restringe a mobilidade e inclusão social.

Em uma entrevista ao Eufêmea, Gabriela Amorim, bailarina, e pessoa com deficiência, relatou os desafios diários que enfrenta na busca por uma cidade mais inclusiva.

Falta de acessibilidade

Ela ressaltou que a acessibilidade não se limita apenas a rampas, mas engloba uma série de aspectos que podem tornar a vida das pessoas com deficiência mais fácil e enriquecedora.

Um dos pontos críticos mencionados por Gabriela é a falta de acessibilidade nos teatros da cidade. “O Teatro Deodoro, por ser mais antigo, possui uma estrutura inacessível nos camarins”, explicou. Em relação ao Teatro Gustavo Leite, ela disse: “Há escadas na plateia, o que dificulta bastante quando vou assistir espetáculos.”

Ela revelou que já deixou de frequentar o Teatro Gustavo Leite devido a essas limitações, destacando que “quando vou assistir, fico na porta do teatro, que fica muito distante do palco.”

Transporte público

Gabriela também destacou a falta de transporte público acessível no dia a dia. “Deveria ser disponibilizado sempre um transporte público com acessibilidade”, enfatizou.

Ela avalia que embora possua um carro adaptado, muitas pessoas com deficiência não têm essa opção e enfrentam calçadas esburacadas, o que pode levar a quedas e a situações em que os próprios cadeirantes precisam fazer reparos nas calçadas para poderem passar.

“Acho que é necessário melhorar muito essa questão das calçadas, porque às vezes a cadeira não consegue passar.”

A parte alta de Maceió, frequentemente esquecida em relação à acessibilidade, também foi mencionada por Gabriela. Ela enfatizou a necessidade de criar soluções inclusivas para toda a cidade, em vez de se concentrar apenas nas áreas turísticas mais frequentadas.

“Maceió precisa ser inclusiva para todos”

Gabriela Amorim afirma ainda que a melhoria da acessibilidade em Maceió requer diálogo com pessoas com deficiência e a implementação de medidas práticas para abordar essas preocupações. Ela expressou a esperança de que Maceió se torne uma cidade inclusiva para todos os seus residentes e visitantes. “Maceió precisa ser uma cidade inclusiva para todos”, concluiu Gabriela.

Rebecca Moura

Rebecca Moura

Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.