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Ela descobriu que estava com câncer de mama após o autoexame: “o corpo avisa”

De acordo com especialistas, o câncer de mama tem uma taxa de cura de 90% quando descoberto precocemente. A alagoana Bárbara Batista é uma das mulheres que salvaram suas próprias vidas com um ato simples: o autoexame.

”Estava com todos os exames em dia”

Era um dia comum na rotina de Bárbara quando ela decidiu realizar o autoexame das mamas no banho e notou a presença de um nódulo. “Nesse dia, eu estava menstruada, mas percebi que, após o término da menstruação, o nódulo diminuiu”, relata.”

Em 2021, a alagoana já tinha realizado os exames preventivos de câncer e, até então, nada foi detectado. No entanto, associando o nódulo a algumas mudanças notadas no corpo, como ganho de peso, ela resolveu voltar ao médico para reavaliar o caso. “O corpo parece que avisa, eu ganhei muito peso. Minha intuição dizia que não era um simples nódulo que iria ser tratado com cirurgia, eu teria que passar por mais coisas”, relembra Bárbara.

Dei minha própria sentença de morte

A biópsia diagnosticou que o nódulo era cancerígeno e Bárbara entrava para a história da família como a primeira a desenvolver algum tipo de câncer. No entanto, antes de ir para a consulta com o médico, ela preferiu descobrir o resultado dessa biópsia com a ajuda de pesquisas do Google.

Apesar de ter feito isso, ela reconhece que a ansiedade para saber o resultado do exame prejudicou ainda mais a saúde mental. “Tirar dúvidas com o Google me deixava ainda mais triste, eu dei minha própria sentença de morte. Ele acaba generalizando, mas cada caso é um caso, e os protocolos de tratamento são diferentes”.

Ao todo, ela passou por 16 sessões de quimioterapia e 18 de radioterapia, além de uma cirurgia no ano passado. A alagoana afirma que o tratamento foi doloroso, mas seu diagnóstico estreitou os laços familiares, tornando o processo mais suportável e acolhedor.

A rede de apoio incluiu e ainda inclui a mãe, o esposo, as tias, as primas, as amigas, os sobrinhos, a cunhada, a sogra e as irmãs, com a atuação especial da mais nova, que insistiu para estar presente em todas as sessões de quimioterapia e radioterapia.

Foto: Arquivo Pessoal

“Ela costumava dizer que eu realmente iria passar pelo deserto, mas que estaria a todo momento segurando a minha mão, como se a luta contra o câncer também fosse dela”, desabafa emocionada.

Para evitar uma recidiva – retorno da atividade de uma doença – os cuidados com medicamentos e as voltas regulares aos médicos continuam pelos próximos 5 anos. “Fiquei por um ano fazendo o uso de uma injeção e a cada 21 dias me interno para tomar uma medicação. Fora um outro remédio via oral que tomarei pelos próximos 5 anos. Tudo isso para que esse câncer não volte”, diz Bárbara.

“A autoestima caía junto com os cabelos”

Bárbara destaca que era bastante vaidosa, cuidar dos seus cabelos e se maquiar sempre foi sua prioridade. Com os fios começando a cair logo após a primeira sessão de quimioterapia, ela costumava dizer que “a autoestima caía junto com os cabelos”.

Para que o processo fosse menos angustiante, as amigas e os familiares não mediram esforços e a presentearam com diversos tipos de perucas. Foi assim que a alagoana lidou com a ausência dos fios. “Eu saía sempre de peruca, às vezes usava até em casa para me sentir melhor”.

Seus cabelos já apresentam uma nova estrutura forte e saudável, e, acima de tudo, estão livres de alisamentos químicos. De acordo com a alagoana, o diagnóstico a fez reconsiderar seu conceito de beleza. “A beleza não se resume apenas ao aspecto externo , o mais importante é ter saúde e se sentir bem consigo mesmo. Isso é o que realmente representa uma beleza plena e verdadeira”.

O empoderamento veio aliado também à coragem de enfrentar os obstáculos da vida. “Antes do diagnóstico, eu era uma pessoa muito insegura, mas agora me considero uma pessoa mais forte e corajosa para enfrentar qualquer desafio”, afirma Bárbara.

Como fazer o autoexame

Leu a matéria e não sabe como fazer o autoexame das mamas? O Eufêmea te ajuda! Veja o passo a passo:

  1. Em frente a um espelho, observe se há alguma diferença na aparência dos seios, como caroços, relevos etc. Faça isso de maneiras diferentes: com os braços abaixados, na cintura ou levantados.
  2. No banho, aproveite a pele molhada e deslizante para analisar as mamas. Apoie o braço esquerdo sobre a cabeça e com a mão direita analise a mama esquerda. Faça o mesmo de forma alternada sempre lembrando de fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos.
  3. Se estiver deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito e analise a mama direita. Siga os mesmos movimentos e repita o processo na mama esquerda.

Simples, né? Mas esse ato pode salvar sua vida. Não esqueça! Caso sinta algum nódulo, procure seu médico para realizar a mamografia e os devidos encaminhamentos. 😉

Cecília Calado

Cecília Calado

Pernambucana vivendo em terras alagoanas, Cecília Calado é estudante de Jornalismo com experiência em mídias sociais e produção de rádio e TV. Considera o Jornalismo uma ferramenta de transformação social.