O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma variante severa da Síndrome Pré-Menstrual (SPM). Os sintomas do TDPM são tão intensos que afetam significativamente a vida pessoal, social e profissional das mulheres. Esses sintomas podem abranger aspectos físicos, emocionais e comportamentais. Geralmente, eles diminuem após o início da menstruação ou logo em seguida.
O Eufêmea entrevistou mulheres diagnosticadas com o transtorno e que compartilharam como lidam com o TDPM.
“Nem sabia que existia isso”
A empresária Juliana Pitta, de 31 anos, compartilhou que enfrentou desafios significativos para manter a concentração ao longo de sua vida. Devido a essas dificuldades, ela decidiu buscar a ajuda de uma neuropsicóloga com a suspeita de que pudesse estar sofrendo de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
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No entanto, por meio do acompanhamento dessa profissional, que acabou se tornando sua psicóloga de referência, Juliana e sua psicóloga identificaram que, na verdade, ela estava lidando com o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM). “Eu nem sabia que existia esse transtorno”.
Os sintomas do TDPM incluem: alterações de humor graves, como irritabilidade, ansiedade, depressão e raiva. Além disso, as mulheres com TDPM podem experimentar sintomas físicos como fadiga, dores musculares, inchaço, aumento do apetite, insônia e sensibilidade nas mamas.
Juliana mencionou uma série de sintomas que ela experimenta, incluindo irritabilidade, dificuldade de concentração, aumento da ansiedade, excesso de sono, oscilações de humor depressivo e desregulado, além de retenção de líquidos e desejos por alimentos gordurosos ou doces.
Para lidar com o TDPM, Juliana faz terapia e utiliza medicamentos para controlar a disforia.
“A terapia tem sido fundamental para que eu me trate com mais generosidade nesse período do mês, entenda a mim mesma melhor e respeite meus limites. A ajuda psiquiátrica também tem sido fundamental para regular meu humor nos períodos mais desafiadores da disforia.”
“Eu não era louca”
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A advogada Sibelle Bastos, 37 anos, compartilhou que demorou a receber o diagnóstico de TDPM, e isso só aconteceu depois de iniciar a terapia.
Ela disse que decidiu iniciar a terapia por várias razões e que não tinha conhecimento de que essas questões estavam, de alguma forma, relacionadas ao TDPM.
“Eu não conseguia compreender minha instabilidade emocional, passando por períodos de bem-estar por cerca de 20 dias, seguidos por 10 dias de crises de ansiedade, fadiga, pensamentos confusos, sensibilidade descontrolada que resultava em choros frequentes, dores de cabeça/enxaqueca, desânimo, impaciência e comportamentos ‘grosseiros’ com pessoas que não tinham nada a ver com a situação.”
Após iniciar a terapia, o diagnóstico foi confirmado, e o processo de autoconhecimento foi extremamente benéfico para ela. Ela compartilhou que, quando percebe que está entrando no período do TDPM, prefere evitar o contato com pessoas que ainda não explicou a situação.
“Pois acredito que possam minimizar e alegar que é ‘frescura’. No entanto, meus amigos e familiares de alguma forma compreendem que as mudanças no meu comportamento estão relacionadas ao transtorno, especialmente quando me isolo e exibo extrema irritabilidade e impaciência.”
Hoje, ela reconhece que a terapia foi, sem dúvida, a estratégia mais acertada que tomou, principalmente porque tinha a sensação de que “estava louca”.
“O autoconhecimento foi o primeiro passo que me fez encarar e entender que o que eu passava estava intimamente ligado às oscilações hormonais e químicas do período menstrual (eu não estava ‘louca’). Além do tratamento com o psicólogo, comecei a introduzir alimentos que podem ‘minimizar’ os sintomas.”