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Infectologista alerta para aumento de novos casos de HIV e AIDS em AL

Foto: Assessoria

“O cenário atual dos casos de HIV e AIDS está em ascensão. O que nos preocupa mais é a quantidade de pessoas diagnosticadas em estágio tardio da doença, já com imunodeficiência”. A avaliação é da infectologista Mardjane Alves que falou ao Eufêmea sobre a notificação de casos no estado.

Em 2023, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), registrou um aumento de 15% nos casos de HIV/AIDS em adultos e crianças em relação ao ano passado.

De janeiro a novembro deste ano foram registrados 326 novos casos de HIV/AIDS somente no HEHA, dentre eles, 323 adultos e 3 crianças. Dos 326 casos recém-descobertos, 223 são do gênero masculino e 103 do gênero feminino. Em 2023, como de costume, o número de casos entre os homens foi predominante, correspondendo a mais que o dobro do número de casos entre as mulheres.

Diagnóstico e prevenção

Ao Eufêmea, a infectologista enfatizou a preocupação com o diagnóstico em estágio tardio, destacando que “boa parte das pessoas só busca atendimento quando já está com sintomas da doença instalada.”

A principal barreira para o diagnóstico precoce, segundo a especialista, reside na falta de percepção das pessoas sobre sua vulnerabilidade.

“É importante que todas as pessoas sexualmente ativas se vejam, se percebam como vulneráveis à infecção pelo HIV. Independente de orientação sexual, identidade de gênero, número de parceiros, tipo de relacionamento, todas as pessoas devem manter as medidas de prevenção”.

Mardjane também abordou a evolução das estratégias de prevenção, destacando que o preservativo, embora crucial, não é a única ferramenta.

“Existem medicações preventivas que podem ser usadas continuamente antes da exposição. É muito importante que outras opções de prevenção sejam ofertadas amplamente à população em situação de vulnerabilidade”, afirmou.

Informação acessível

A infectologista enfatizou a necessidade de informação acessível e da educação em saúde sexual e reprodutiva, livre de preconceito.

“É importante que a informação chegue de forma clara para as pessoas. É importante que os métodos estejam disponíveis e que as pessoas tenham acesso a informação sobre esses métodos e participem da escolha do método que faz mais sentido para elas”.

Dezembro vermelho

De acordo com o Ministério da Saúde, a Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana. Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Já o HIV, é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível.

O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.

A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.

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Rebecca Moura

Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.